segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

No Nobres do Grid deste mês...

"Falar sobre finanças na Formula 1 não é fácil. Não é um assunto do qual muitos pretendem saber como a máquina funciona, como as equipas recebem as suas finanças, como permitem sobreviver e triunfar na categoria máxima do automobilismo. Para além disso, é complexo o esquema de distribuição do dinheiro que a Formula One Management recebe vindo de várias fontes, desde a publicidade até às receitas vindas das televisões e dos países que acolhem os circuitos, muitos deles vindos de estados.

Em muitos aspetos, esta opacidade sempre foi uma aposta de Bernie Ecclestone. Para ele, o que interessava era distribuir o dinheiro e ajudar a manter as equipas a seu gosto, especialmente a Ferrari. E claro, garantir a sua quota-parte, o que fez com que em 40 anos, se tornasse num homem muito rico. E a sua aversão à transparência tem algumas razões, uma delas é que muitas das vezes, a origem desses dinheiros é altamente duvidosa… (...)"

(...) A Formula 1 é muito lucrativa. Segundo números de 2014, as receitas andavam a rondar os 1700 milhões (ou 1,7 biliões) de dólares, com despesas a rondar os 500 milhões. Restavam 1,2 mil milhões (ou 1,2 biliões) que seriam distribuídos entre as equipas, a CVC Capital Partners e a Delta Topco, o fundo de investimento feito por Bernie Ecclestone. Só aí, eles tinham direito a 15 por cento dos lucros. Suficiente para manter a Brabham, se Ecclestone ainda a tivesse e quisesse…

Contudo, por estes dias, as coisas andam um pouco diferentes. Numa matéria do passado dia 12 de novembro, no site da Forbes, escrito pelo jornalista Chris Sylt (recomendo seguirem o Formula Money no Twitter), afirma que os novos donos tem tido dificuldades em arranjar novos patrocinadores e parceiros. Pior: vão fechar o ano com um prejuízo a rondar os 120 milhões de dólares. É quase o orçamento anual de uma equipa como a Force India, por exemplo. (...)

Como disse acima, falar de dinheiros na Formula 1 é complicado. E complexo e em muitos aspectos, é opaco. Há muita especulação, é verdade, sobre quanto é que se ganha, mas a distribuição dela está mostrada e hierarquizada. Contudo, uma parte desse dinheiro ia para o administrador, uma percentagem que era bastante grande para um agente, digamos assim.

O assunto era tão grande e complexo que dias depois de escreve este artigo, acabei por publicar outro por aqui, do qual deixo o link. Ler os dois é indispensável para entender como é que isto é feito e onde é que querem ir no futuro, quando o novo Acordo da Concórdia for negociado, e que entrará em vigor a partir de 2021. 

Tudo isto, e muito mais, falo neste mês no Nobres do Grid.

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