segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Os Flechas de Prata perderam velocidade?

Desde 2014 que os títulos de pilotos e Construtores pertencem a uma só equipa: a Mercedes. Com sede em Brackley, e surgida em 2010 depois de terem comprado a Brawn GP, campeã em 2009, contrataram em 2013 Lewis Hamilton com o objetivo de sucederem à Red Bull como equipa dominante na categoria máxima do automobilismo. E assim foi... excepto em 2016, quando o duelo interno com Nico Rosberg acabou com a vitória do piloto alemão, que, alcançado o seu objetivo, decidiu pendurar o capacete em efeito imediato.

Contudo, passados os primeiros testes coletivos em Barcelona, as campainhas de alarme começaram a soar por lá. Quase nunca os carros apareceram no topo da tabela de tempos - foi sempre a Ferrari ou a Red Bull - e de uma certa maneira, os carros faziam tempos meio segundo mais lentos do que as equipas atrás referidas. Pode-se imaginar que eles estivessem mais concentradas no ritmo de corida e não preocupados com fazer tempos de qualificação, mas a mesma coisa faziam ambas as equipas... e andaram melhor. Tanto que logo na quinta-feira, Toto Wolff e James Allison, o diretor técnico, tiveram de ir para Brackley para saber o que se passava com o carro e sobretudo, com o motor.

Os rumores sobre esse novo motor, que equipa o W10, já apareciam desde o inicio do ano, mas até agora, não há confirmação oficial - e não haverá até pelo menos Melbourne. E os próprios pilotos admitem que este ano, o pacote motor + chassis deixa a desejar.

Temos trabalho para fazer, mas é uma boa sensação, dado que sentirmos que existe potencial. Temos de melhorar. Tivemos algumas dificuldades ao longo da semana para encontrar um bom equilíbrio para todas as curvas. Em algumas estávamos bem, mas em outras tínhamos problemas com o equilíbrio e em outras tinha problemas de equilíbrio massivos. No final da semana estávamos já muito melhor, mas alguns problemas de comportamento só podem ser resolvidos com componentes de evolução. Esperamos resolvê-los rapidamente”, apontou Valtteri Bottas.

O próprio finlandês admite que vencer em Melbourne é uma hipótese remota, mas acredita que isto é algo temporário, e os problemas serão resolvidos com o tempo.

De momento, estamos atrás. Portanto, não estamos a abordar a primeira corrida com relaxe, não que alguma vez o façamos. Temos muito trabalho pela frente. Este vai ser o nosso ano mais difícil, mas sinto que tenho o apoio do melhor grupo de pessoas para subir esta montanha. Vamos enfrentar o nosso mais árduo desafio e tenho os soldados certos para me apoiar”, concluiu.

Aparentemente, Bottas quer passar a ideia de calma, está tudo sob controlo - é verdade, o carro é fiável - mas parece que eles estão realmente em pânico com a chance de estarem de fora da luta pelo título ainda antes de começar. Se assim for, parece que Ferrari e Red Bull parecem estar na linha da frente para as vitórias, provavelmente com as suas "equipas B" na sua peugada - Toro Rosso e Alfa Romeo-Sauber - o que nos permite pensar o que a Renault, por exemplo, poderá fazer numa temporada destas, ou a McLaren.

Resta saber o que a segunda parte dos testes em Barcelona nos irão trazer. Mas a ideia de a Mercedes ter errado feio no motor é real, e a chance de lutar pelos mesmos lugares... que a Racing Point pode ser real. Se assim for, vai ser uma queda e tanto. Não é só a Williams que fez um chassis horrivel, a Mercedes pode ter feito um mau motor desta vez.

Sem comentários: