Há precisamente 40 anos, em Imola, a Formula 1 fazia a sua aparição extra-campeonato, numa corrida que serviria para muitas coisas. A primeira das quais, mais imediata, é a de comemorar o título das Ferrari em solo italiano, porque Imola é o mais perto de Maranello, a casa da Ferrari, e o circuito, na altura, tinha esses pergaminhos, pois se chamava "Dino Ferrari", o Enzo, o seu pai, só foi acrescentado quando este morreu, em 1988. E é por isso que a pista está cheia de espectadores, apesar de ser uma prova que não conta para os pontos. Mas estão lá Gilles Villeneuve e Jody Scheckter, os pilotos da marca.
A segunda coisa foi ver Niki Lauda no Brabham-Alfa Romeo. Este iria ser o final de uma era em muitos aspectos. A marca italiana iria fazer o seu próprio chassis e já o tinha estreado em Monza, e atrás dele, tinha o carro do veterano Vittorio Brambilla, tentando ver se conseguia superá-lo. E com a equipa própria, era escusado continuar com o fornecimento de motores à Brabham, que iria acabar precisamente nessa prova. A Brabham não iria ficar sem "coração", pois tinha já feito o BT49, com motor Cosworth e acreditavam que teria potencial - na realidade, respiravam aliviados...
Mas já era tarde para Lauda: odiava o BT48 - só lhe tinha dado quatro pontos em 1979 - e agora com 30 anos, não queria ficar o resto da sua vida à volta de pistas. Queria ver outros horizontes, mas se tivesse a chance de brilhar, não desperdiçaria. Mas também não desperdiçaria a chance de avisar Bernie Ecclestone que iria pendurar o capacete.
Quanto a Imola, os eventos do ano anterior fizeram repensar sobre se o circuito era capaz de providenciar a segurança que os pilotos pediam e imploravam. Era uma alternativa veloz, e as boxes estavam a ser construidas naquele ano, mas se lá fossem em 1980, as instalações seriam melhores e mais acolhedoras para todos. O que queriam mostrar é que existia uma alternativa em Itália.
No final, foram 40 voltas a uma pista que acabou por entrar na imaginação dos automobilistas, para o bem e para o mal...
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