Depois de ter assinado um "pacto com o Diabo" com a Red Bull, que mostrou ter velocidade, e o "traiu" dando o lugar ao russo Daniil Kvyat, não baixou os braços e rumou a uma nova competição, a Formula E. Logo na terceira corrida, teve um triunfo caído ao colo, nas ruas de Buenos Aires, e nos anos seguintes, primeiro na Aguri e depois na Andretti, apesar de ficar no meio do pelotão, havia algo bom nele: ganhava sempre a competição com o seu companheiro de equipa. E entre eles, passaram pilotos como Robin Frijns e Alexander Sims. E ganhar ao companheiro de equipa é o primeiro passo.
Quando foi para a Techeetah, todos julgavam que iria ser "esmagado" ou "comido" por Jan-Eric Vergne, o bicampeão da competição nas últimas duas temporadas. Poucos davam o favoritismo e havia quem tivesse dito que ficar na BMW teria sido a melhor escolha. Mas sabia da história da luta interna com o companheiro de equipa, ele vencia sempre.
E depois de Santiago do Chile, após um mau fim de semana em Ad Diryah, mostrou isso mesmo: cinco pódios seguidos, três vitórias seguidas, três pole-positions seguidas, a vitória dupla em Berlim, mostrava que com uma máquina competitiva nas mãos, e se fizesse a sua parte, com calma e cabeça fria, o campeonato era dele. E mostrou isso mesmo. Mostrou o estofo de campeão, provavelmente o título mais importante da sua carreira e um dos mais importantes do automobilismo.
Quem viu o pódio desta tarde, havia algo em comum: os três pilotos passaram pela Red Bull Driving Academy, com dois deles a acabarem na Formula 1, como pilotos da Toro Rosso, sem subir para a "divisão principal". E curiosamente, ambos são veteranos: alinharam em todas as temporadas da Formula E, embora não tenham feito todas as corridas. E naquela tarde, naquele pódio, estavam quatro dos seus títulos já atribuídos na competição. Também se mostra que, mesmo rejeitados, a Red Bull consegue tirar o melhor deles.
Parabéns ao António. Quem o acompanhava a sua carreira desde o inicio, sabíamos que tinha estofo de campeão. Hoje confirmou-o.
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