sábado, 12 de junho de 2021

A imagem do dia


Esse dia foi muito louco.

Custa a crer que já passagem dez anos sobre aquele GP do Canadá de 2011. Uma corrida onde passamos mais de quatro horas à espera de saber quem iria ganhar, e foi tudo decidido a três curvas do fim, quase como tinha sido vinte anos antes, com Nigel Mansell e a sua caixa de velocidades afogada no pior momento possível. E o melhor é que o vencedor, a certa altura da corrida, rolava... em último! 

Canadá sempre foi um grande lugar. Eu digo que, quando a Formula 1 lá vai fazer a sua visita anual, o espírito de Gilles Villeneuve desce à terra e faz de tudo para baralhar e voltar a dar. Raras são as corridas aborrecidas naquele lugar, porque há sempre algo que coloca fora do lugar. Para terem uma ideia, creio que houve um ano - não tenho a certeza se foi 2014 - onde os todo poderosos Mercedes tiveram problemas e não venceram. Mesmo ali, os Flechas de Prata não dominam na maior parte das vezes.

Mas em 2011, o tempo ajudou muito. Choveu bastante, as bandeiras vermelhas foram mostradas e foi pedida para que esperassem por melhor ambiente para poderem correr, e isto depois de Jenson Button e Lewis Hamilton terem colidido um com o outro, nos seus McLarens, acabando com o britânico mais novo a abandonar a corrida. 

E o final? Então, o final foi emocionante. Tudo estava desenhado para a vitória de Sebastian Vettel, só tinha de aguentar o ataque final do piloto britânico. Mas aquele despiste do alemão da Red Bull causou a felicidade do pessoal da McLaren. E vê-los agarrados a John Button, o pai de Jenson - o "Papa Smurf", como chamavam - foi muito especial, fortemente comemorado entre todos. Foi, de uma certa maneira, aquela oportunidade de redenção por parte de Button, que sem dúvida colocou aquela vitória a par do que tinha feito na Hungria, cinco anos antes, também noutra tarde de chuva.

Foi longo, muito longo. Tanto que depois, as regras foram modificadas para que a corrida tenha um máximo de quatro horas de luminosidade. Mas apesar de tudo, valeu a pena. Tanto que, dez anos mais tarde, ainda a recordamos como uma daquelas corridas inesquecíveis. 

E volto a afirmar: esse dia foi mesmo muito louco. E sinto a falta de Montreal no calendário, por causa dessa imprevisibilidade.  

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