quinta-feira, 20 de abril de 2023

A imagem do dia


Credo, como o tempo passa. Mas é assim mesmo. Ao olhar para esta foto, esqueço que ele nasceu no mesmo ano que eu. E não chegou a comemorar o seu 27º aniversário. 

Hoje passam 20 anos sobre o acidente mortal de Daijiro Kato, piloto japonês de MotoGP. A sua carreira ficou focada essencialmente nos 250cc, onde conseguiu pódios nas três primeiras corridas onde competiu, parecia ser um dos grandes da sua geração, e o seu acidente mortal, na primeira corrida da temporada, em Suzuka, foi das coisas mais chocantes de um desporto que, por vezes, pode ser mortal. 

Nascido a 4 de julho de 1976, Kato entrou de rompante com 20 anos, quando conseguiu um "wild card" para entrar no GP do Japão de 1996, num Honda. E logo ali, a sua performance deu nas vistas, onde acabou no terceiro lugar, num circuito onde conhecia bem. E nos dois anos seguintes, fez ainda melhor, quando, usando mais dois "wild cards", acaba por triunfar em Suzuka, na categoria de 250cc. 

As suas performances foram suficientes para ter uma temporada a tempo inteiro no ano 2000. E logo ali, ganhou três corridas e mais nove pódios, acabando no terceiro lugar, para no ano seguinte, ser campeão com onze triunfos. Chegado ao MotoGP em 2002, dois pódios e o sétimo lugar na geral parecia ser uma boa impressão para um estreante.

E pelo meio, ganhava uma das mais prestigiosas corridas de motociclismo: as 8 Horas de Suzuka. Em 2000 e 2002, foi o vencedor ao lado de pilotos como Tohru Ukawa e Colin Edwards, respetivamente. 

A temporada de 2003 começava a 6 de abril, em Suzuka, no GP do Japão, um lugar onde Kato conhecia bem. Andando na sua Honda,  numa equipa que contava com o catalão Sete Gibernau, esperava-se muito dele. 

Mas não aconteceu. 

Na segunda volta, quando chegou à chicane, perdeu o controle da sua Honda e bateu forte nas barreiras de proteção, e o embate foi tal que o seu corpo ressaltou para a pista, onde os comissários tentaram o melhor para o tirar dali. Quando chegou ao centro médico, descobriu-se que tinha fraturas na base do crânio e na vertebra cervical. Resistiu 14 dias até sucumbir, aos 26 anos. 

Fica-se a pensar no que teria sido se fosse adiante. Provavelmente, um fiel da Honda, desconhecia-se se teria chances de campeonato contra alguém como Valentino Rossi. Mas se calhar seria dos pilotos que iriam marcar uma geração de pilotos para a década seguinte. E se calhar teria entrado mais tarde no MotoGP Hall of Fame, algo que acabou por acontecer em 2003, após a sua morte. E o seu número, o 74, retirado.  

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