segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A(s) image(ns) do dia




Há 40 anos, um jovem brasileiro alcançava o sucesso, numa temporada bem disputada. 

Uma semana depois do Brasil ter vibrado com o bicampeonato de Nelson Piquet, estavam curiosos por saber se Ayrton Senna tinha o estofo de campeão que os permitia pensar em mais sucessos no futuro. ao longo desse ano, seguiam os feitos do jovem piloto de São Paulo que batalhava contra os ingleses na Formula 3 britânica. Foi forte, especialmente contra Martin Brundle, chegou a conseguir 10 vitórias seguidas, antes de algumas contrariedades mostrarem que ele era um piloto de "win or wall", inamovível e intimidante, que preferia quebrar a torcer, e que era vulnerável aos regulares e aos pragmáticos.

 O "showdown" fora em Thruxton, depois de 19 corridas. Senna, piloto da West Surrey Racing, tinha ganho 11, contra seis de Brundle, que nesse ano corria pela Eddie Jordan Racing. Mas tinha desistido em seis, contra um do britânico, o que por um lado era bom, mas por outro... acarretawa problemas. É que no regulamento desse tempo, apenas 17 dos 20 resultados é que contavam, e Brundle tinha de deitar pontos fora. Senna não precisava disso. Logo, se ganhasse, era campeão. E mesmo que Brundle ganhasse, não poderia aproveitar todos os pontos. Ou seja, "tinha a faca e o queijo na mão".

Mas claro, tinha de chegar ao fim.

Ambos estavam em Thruxton com 123 pontos, com Senna em vantagem por causa das vitórias. Para ganhar, tinha de estar em frente e nisso, não falhou: pole-position, volta mais rápida, vitória e liderança em todas as voltas da corrida, sem ser incomodado. E para melhorar as coisas do seu lado, Brundle apenas conseguiu o terceiro lugar, um resultado que teve de descartar, batido pelo americano Davy Jones, futuro vencedor das 24 Horas de Le Mans. A vitória foi bem comemorada, e pelas fotografias, parece que ele lá soltou as suas emoções. Digo isto pelo gesto de carinho da mãe, dona Neide...

Depois, claro, veio o resto: os testes, primeiro pela McLaren, depois Brabham e por fim, Toleman. Tudo isto enquanto ia a Macau a espalhar o seu talento, triunfando na então possessão portuguesa e capital do jogo asiático, para depois escolher o lugar onde queria se estrear na categoria máxima do automobilismo. 

Tudo isto, há precisamente 40 anos.  

Sem comentários: