Na foto, o carro de Bertrand Gachot no GP dos Estados Unidos de 1991, em Phoenix, na primeira corrida de sempre da Jordan. Contudo, ele não foi a primeira escolha para o lugar ao lado de Andrea de Cesaris. Na realidade, por muito pouco esse lugar não foi ocupado por outro.
E quem era ele? Roland Ratzenberger.
No final de 1990, o piloto austríaco estava no Japão, a correr na Formula 3000 local, e para além disso, correra pela Toyota no campeonato local de Protótipos, sem resultados de relevo, um ano depois de ter sido terceiro classificado no campeonato britânico de Formula 3000. Tinha 30 anos e claro, a chance de chegar à categoria máxima do automobilismo começava a ser complicada. No outono desse ano, com o carro a ser construído e a conseguirem os componentes necessários - chassis e motor - chegou a vez dos pilotos. Todos queriam Andrea de Cesaris graças ao apoio da Marlboro Itália, cujo diretor era o seu pai, e cedo conseguiram a sua contratação.
Eddie Jordan queria que o seu segundo piloto fosse pagante. No inicio, tentou alguns grandes patrocínios dos seus tempos da Formula 3000. Tentou a Camel, de saída da Lotus, mas eles recusaram. A Q8, a petrolífera kuwaitiana, estava em sarilhos por causa da invasão iraquiana desse ano, e inviabilizou qualquer chance de apoiar a equipa, então, recorreu a alguém que tivesse um bom patrocínio por trás.
E é quando surge o piloto austríaco. As conversações duraram alguns dias, e pelos vistos, tudo indicava que ele seria escolhido quando o patrocinador saiu de cena, deixando-o apeado. Sem dinheiro, Jordan recorreu a Bertrand Gachot, que também era apoiado pela Marlboro, e o resto é história. Só que, como se sabe, o belga esteve envolvido num incidente com um taxista em Londres onde usou gás pimenta, que é ilegal no Reino Unido, e alguns meses depois, foi detido nas vésperas do GP belga, dando lugar a Michael Schumacher.
Agora imaginem o lugar a ser ocupado por Ratzenberger. Tenho quase a certeza que o alemão - que corria no Mundial de Sport-Protótipos como piloto oficial da Mercedes - não se teria estreado na Formula 1 em 1991. Ou se sim, não seria pela Jordan ou Benetton. Logo... como certas decisões são decisivas na linha do tempo.
Claro, Ratzenberger teria a sua chance quatro anos depois. Mas - curiosamente - depois da primeira escolha ter declinado o convite. Que era... Andrea de Cesaris.
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