domingo, 26 de janeiro de 2025

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Este domingo passam cem anos do nascimento de Paul Newman. Um dos atores mais emblemáticos de Hollywood na segunda metade do século XX, a par de Marlon Brando, Steve McQueen, Kirk Douglas, Robert Redford, entre outros, Newman foi um grande apaixonado pelo automobilismo, algo do qual partilhou com McQueen, mas também resultou numa segunda pele, a de piloto de automóveis, que acabou por dar alguns resultados de relevo, como um segundo lugar nas 24 Horas de Le Mans de 1979 ou as participações nos campeonatos de Trans-Am e da CART, como co-proprietário, com Carl Haas, numa equipa que teve gente como Mário Andretti e o seu filho, Michael, Nigel Mansell, Christian Fittipaldi e Sebastien Bourdais, entre outros.

Mas o que se fala por aqui é a maneira como o automobilismo se tornou a sua paixão tardia. Foi por causa de um filme: "Winning", realizado em 1969, e ambientado nas 500 Milhas de Indianápolis. E contracenava com Joanne Woodward, a sua mulher na vida real. 

A história é simples: Frank Capua, conhece Elora, uma mulher diworciada, tem um relacionamento e casam. Ele dá-se muito bem com o seu enteado, que ajuda a preparar o seu carro nas corridas que participa. Mas está tão obcecado com as corridas que a negligencia, acabando ela a ter um relacionamento com outro piloto, Luther Erdig, personagem interpretado por Robert Wagner. Frank descobre ambos na cama e o relacionamento acaba. Ele dirige a sua fúria à competição, que o torna num piloto muito agressivo.

Chegados às 500 Milhas de Indianápolis, Cápua faz a corrida da sua vida e ganha-a. Erdig vai ter com ele e pede desculpa pelo relacionamento, mas ele reage dando-lhe um murro na cara. Algum tempo depois, ele vai ter com Elora e pergunta se ele não quer recomeçar. E o filme acaba ali.

Em suma, não é um filme memorável. "Grand Prix" e "Le Mans", filmes feitos nessa altura, são muito melhores. Lembro-me de ter visto pela primeira vez há mais de 40 anos, e creio que, se forem procurar com algum jeito, deverão encontrá-lo num Youtube da vida, quem sabe. 

Para se preparar, Newman foi para as escolas de pilotagem de Bob Sharp e Lake Underwood, e foi a partir dali que ele começou a ter o seu entusiasmo pelo automobilismo, ao ponto de nos anos seguintes, não só começou a correr em competições, como montou a sua equipa, com Carl Haas - curiosamente, uma personagem do qual nunca gostou muito pessoalmente, mas por causa de Mário Andretti, começaram a ter uma relação forte, que durou mais de duas décadas. 

Foi filmado durante a edição de 1968 dessa competição, e tem alguns pilotos a fazerem participações, como Roger McCluskey, Bobby Unser e Dan Gurney, entre outros, para além de Troy Hulman, o então dono do circuito de Indianápolis. Os capacetes usados no filme estão hoje em dia no museu de Indianápolis, marcando a presença da pista num filme de Hollywood, algo do qual não acontece todos os dias.

E no dia do que iria ser o centenário do seu nascimento, já sabem como surgiu a paixão dele pelo automobilismo.

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