E em Monte Carlo, apesar de ter começado bem, McRae despistou-se no segundo dia, acabando na valeta. A sorte dele é que foi a baixa velocidade, mas perdeu dois minutos até voltar à estrada. Voltou ao mesmo ritmo, mas em Sisteron, uma das míticas especiais do rali, novo despiste acabou prematuramente o seu rali.
Carlos Sainz Sr, mais cuidadoso, também não evitava as armadilhas de um asfalto que, ora nevava, ora tinha gelo, por muito cuidadoso que fosse. Mas não teve estragos definitivos, e acabou por ganhar, saindo de Monte Carlo com o primeiro lider do campeonato.
Na Suécia, o mal foi repartido pelas aldeias, porque os dois não chegaram ao final e o melhor foi o veterano Kenneth Erikson, no seu Mitsubishi Lancer Evo III. Mas em Portugal, a história foi outra, com o espanhol a ganhar e o escocês em terceiro, com Kankkunen em segundo. Na Córsega, em asfalto, os Subaru andaram discretos, acabando o rali, é certo, mas Didier Auriol foi o melhor no seu Celica já datado, seguido pelo seu compatriota Francois Delecour.
A meio da temporada, Sainz Sr. liderava com algum conforto, e McRae parecia ver as suas chances de título cada vez mais diminuídas. Então, de repente, as coisas mudam: Sainz Sr. tem um acidente de bicicleta, magoando-se seriamente no ombro, e não podendo correr o rali da Nova Zelândia. Claro, McRae aproveita a ocasião para ganhar sem problemas. E na Austrália, com o espanhol de volta, ele não chega ao fim por causa de um radiador furado e McRae, apesar de um "close call" contra uma árvore, levou o carro até à meta para ser segundo, 19 segundos atrás de Kenneth Eriksson, o vencedor... que não corria a tempo inteiro.
Quando o WRC chegou à Catalunha, Sainz Sr, que tinha perdido a liderança para Juha Kankkunen - 62 pontos do finlandês contra 50 do espanhol, que era... quarto, atrás de McRae, com 55 e Auriol, com 51 - queria partir ao ataque, especialmente contra o Toyota de Juha Kankkunen, que também tinha uma palavra a dizer. Sainz atacou e ficou na frente de McRae, com "KKK" a liderar, e na Prodrive, as ordens eram para ir atrás dele, mesmo com Auriol à espreita. Era um duelo Subaru-Toyota. Mas depois, o desastre aconteceu: Kankkunen desiste no segundo dia, deixando Sainz Sr. na liderança, e na Prodrive, as ordens era de manter a ordem. Mas McRae, que agora podia chegar à liderança do campeonato, não queria saber, e a quatro especiais do final, passou o piloto espanhol. Para ele, que desconfiava de um favorecimento na equipa, ficou com certezas - ele foi-se embora em 1996.
Para finalizar, algo interessante: foi também há 30 anos que Rui Madeira se tornou no primeiro português campeão do mundo no Grupo N, a classe de Produção que existia no Mundial, num Mitsubishi Lancer Evo II, e fechando o campeonato com um sétimo lugar à geral no Rali RAC, batendo o argentino Jorge Recalde por 29 pontos.





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