domingo, 23 de novembro de 2025

Formula 1 2025 - Ronda 22, Las Vegas (Corrida)


A temporada aproxima-se do final, e o campeonato, de uma maneira ou outra, terá de ser decidido agora. Ainda não está no ponto onde a disputa será decidida entre os pilotos da McLaren, mas com Lando Norris em melhor forma que Oscar Piastti, parece que o britânico irá levar a melhor. Mas Max Verstappen não baixou os braços - aliás, vem de uma sequência de sete pódios seguidos - quer levar as coisas até à matemática, e se conseguir que o título seja decidido em Abu Dhabi, ao menos, poderá afirmar que se esforçou até ao limite.

Contudo, correr em Vegas, a cidade das luzes, do Pecado, do Jogo - se corressem por ali 70 anos antes, talvez teriam visto ao longe e ao vivo a explosão das bombas atómicas a iluminar a noite... - por estes dias, talvez não seja o ideal. É verdade que é uma aposta forte da Liberty Media, mas uma corrida estas em novembro, à noite, com temperaturas perto do zero, onde os pilotos se queixam da falta de aderência, ou é por puro masoquismo, ou ali estão na data ou no tempo errado. E da maneira como estão as coisas, passada a novidade, Vegas poderá arriscar a ter o mesmo destino quando apareceram pela primeira vez, há quase 45 anos. 

A noite se pôs, com nuvens no céu, e o frio de novembro a fazer doer os ossos a aqueles corajosos que assistiam nas bancadas. Antes da corrida, os pilotos da frente decidiram colocar pneus médios, muito provavelmente para trocar para duros pouco antes da metade da corrida. 


A partida começa com um Norris muito agressivo, para intimidar Max Verstappen, mas na travagem, ele exagerou e o neerlandês da Red Bull aproveitou para passar. Ambos ainda tocaram nos pneus um do outro, mas Max levou a melhor. Norris até iria perder o segundo posto para George Russell. Atrás, mais confusão: Gabriel Bortoleto acelerou para tentar passar algumas posições, mas na curva, toca em Lance Stroll, e a sua corrida acaba ali. Ainda levou o carro às boxes, mas o dano era grande demais para continuar. Stroll acabou por abandonar pouco depois.

Atrás, alguns pilotos arrancaram, quase imperceptivelmente, tentando enganar o semáforo, como Andrea Kimi Antonelli, que acabou com cinco segundos de penalização.

Pouco depois, faíscas soltavam-se do carro de Liam Lawson, que acabou por abrandar, e deixar ser passado pelo pelotão. Danos no seu carro fizeram com que se arrastasse até às boxes, e regressar em último.

A partir daqui, aconteciam mais algumas ultrapassagens, com o de Leclerc a Piastri, para ser sexto - depois, o monegasco passaria o Racing Bulls de Isack Hadjar, para ser quinto - mas em termos de emoção, as coisas andavam morninhas.    

Na volta 14, Alex Albon tentava passar Lewis Hamilton, mas calculou mal e a sua frente tocou na traseira do Ferrari. Corrida estragada do anglo-tailandês da Williams, e os destroços foram notados. Eram grandes suficientes para na volta 16, o Safety Car Virtual acabar por ser acionado. Este acabou uma volta depois, com Piastri ao ataque, para passar Hadjar e ser sexto. A seguir, Russell foi para as boxes para colocar duros, voltando em sétimo, na frente de Hulkenberg. Max e Norris tinham uma diferença de quase três segundos entre eles, com Norris a aproximar-se. Hadjar foi trocar de pneus na volta 21, numa altura em que Hamilton já estava nos pontos, depois de passar Esteban Ocon para ser nono.

Piastri trocou de pneus na volta 22, caindo para décimo, uma volta antes de Lando Norris e Carlos Sainz Jr. Todos voltaram para a pista com duros, com Piastri a passar o piloto da Williams, para ser (então), nono. A vez de Leclerc foi na volta 25, metade da corrida, uma volta antes de Max, com ele com 21 segundos de vantagem sobre George Russell. Ele regressou, mantendo a liderança, com cerca de 1,1 segundos na frente do piloto da Mercedes. Nesta altura, apenas Esteban Ocon tinha médios, todos de duros. E gente como Nico Hulkenberg, que partira de duros, ainda não tinha ido às boxes e era quarto.  

Hamilton, um dos que largou com duros, parou na volta 30, regressando com duros e na décima posição. Hulkenberg foi na volta seguinte, regressando na pista em nono, com médios. E com isto, todos foram às boxes. Virtualmente, Kimi Antonelli, que ainda tinha de cumprir uma penalização, era quarto e só tinha parado na segunda volta. 

Na frente, Max tinha quatro segundos de vantagem sobre Russell, que era assediado por Norris. De uma certa forma, o britânico da Mercedes estava a dar uma chance de vitória ao neerlandês, porque o piloto da McLaren era o mais rápido naquele momento. Na volta 34, Norris tinha mais velocidade que Russell e passou para segundo no final da Las Vegas Boulevard.

Na volta 37, Alex Albon parou nas boxes pela última vez e acabaria a sua corrida. A sua quinta corrida fora dos pontos, numa parte final absolutamente horrível para ele.

Nessa altura, Piastri estava na traseira de Kimi Antonelli, com Leclerc não muito longe, e na primeira tentativa, perdeu tempo para o italiano e colocou Leclerc a pressioná-lo. E esta era o único motivo para ver a corrida, porque na frente, com cinco segundos entre Max e Norris, a dez voltas do fim, parecia que já tínhamos vencedor.

A parte final dera saber se Piastri iria passar Antonelli ou não. A ideia era de passá-lo, não para ficar com o quarto posto - ele tinha uma penalização - mas para poder atacar Russell para tentar o pódio. Sem conseguir isso, o seu companheiro de equipa iria conseguir o pódio e impedir Piastri.

Na última volta, Norris abrandou para poupar combustível, com Russell a aproximar-se, mas nada mudou: Max ganha, com Norris a Russell a acompanhá-lo. Antonelli, mesmo com a penalização, era quinto - aumentou o ritmo na parte final - e Leclerc era sexto. 

A tabela de pontos dos três primeiros, depois de Vegas: Norris - 408 pontos, Piastri - 376, Max - 366.


Com três a lutarem pelo título a duas corridas do final da temporada, há um motivo bem válido para seguir estas corridas com muita atenção. E Las Vegas... fez a sua parte. Vai ser um final quentinho. Ainda por cima, com mais uma corrida Sprint, em Losail, para baralhar as contas. Como a Liberty Media tanto gosta.        

Sem comentários: