segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Bolides Memoráveis - Porsche 804 (1962)

A marca de Estugarda, antes de ganhar a sua reputação nas corridas de Endurance, nomeadamente nas 24 Horas de Le Mans, através de modelos míticos como o 908, o 917, o 935, o 956 ou o 962, entre outros, teve uma passagem relativamente discreta pela Formula 1, como construtor. O auge aconteceu em 1962, quando venceu a sua única corrida (até à data), às mãos do americano Dan Gurney. Essa vitória aconteceu graças ao modelo 804, que é hoje o Bólide do dia.


A Porsche envolveu-se nos monolugares em 1958, através do modelo 718, que tinha um motor de quatro cilindros arrefecido a ar, que servia para a Formula 2. Pilotos como os alemães Wolfgang Von Trips e Gerhard Mitter, o sueco Jo Bonnier, e o holandês Carel Godin de Beaufort, guiaram o modelo 718, que fora modificado para as características da Formula 1, mas que muitas vezes ficavam nas últimas filas da grelha.


Em 1961, mudaram para o modelo 787, e contrataram o americano Dan Gurney e o sueco Jo Bonnier para serem os pilotos oficiais da marca. Gurney deu quatro pódios (todos segundos lugares) à marca, conseguindo 21 dos 24 pontos que a Porsche iria alcançar naquele ano, conseguindo o terceiro lugar no campeonato de Construtores, numa temporada dominada pelo Ferrari Tipo 156Nariz de Tubarão”.


Em 1962, a marca de Estugarda decide construir um modelo mais consentâneo com a então regulamentação dos motores de 1.5 Litros, e também no sentido de tentarem ganhar a sua primeira prova na formula 1. É assim que nasce o modelo 804. Equipado com um motor de oito cilindros em linha, refrigerado a ar, tem uma potência estimada em 180 cavalos, às 9200 rotações por minuto, alcançando a velocidade máxima de 270 km/hora. O chassis era simples, de alumínio, sem ser em monocoque, algo que tinha sido revelado nesse ano pelo Lotus 25. e tinha uma entrada de ar pequena.


Nesse ano, a Porsche manteve a dupla Dan Gurney e Jo Bonnier, esperançada que poderiam alcançar aquilo que aspiravam: a vitória. Estreado no GP da Holanda, em Zandvoort, nenhum dos dois carros chega ao fim. No Mónaco, somente Gurney usou o 804, e não chegou também ao fim. Isso significou que o carro voltasse à fabrica de Estugarda para fazer melhorias, falhando o GP seguinte, do da Bélgica, em Spa-Francochamps.


Quando o carro voltou, no circuito francês de Rouen, as melhorias tinham sido grandes. Gurney classifica-se no sexto lugar nos treinos, e Bonnier no nono posto. Na corrida, salta para o terceiro posto, atrás do seu compatriota Richie Ginther, mas pouco depois, ultrapassa-o e vence categoricamente a corrida, com um avanço de uma volta(!) sobre o segundo classificado, o Cooper-Climax do sul-africano Tony Maggs.


Cerca de um mês depois, Gurney leva o carro para o GP de Solitude, perto de Estugarda. Chamado de “mini-Nurburgring” pelos locais, era o local ideal para os modelos se exibirem. Na corrida, Gurney repetiu o feito, e deu à marca uma grande vitória em sua casa, solidificando a reputação da Porsche nas pistas. Algumas semanas depois, Dan Gurney repete outro feito, no verdadeiro Nurbrurgring, quando consegue a “pole-position”. Na corrida, batalha com o BRM de Graham Hill e com o Lola de John Surtees pela vitória, mas no final, tem que se contentar com o terceiro posto.


Contudo, apesar dos bons resultados, os tempos naquela casa não eram muito bons para apostar na competição. Os custos eram algo elevados, com pouco retorno, e os interesses na Formula 1 nunca tinham sido muito grandes. Para além disso, preparavam o sucessor do muito bem sucedido modelo 356, o 911, e estavam cada vez mais atraídos pelas corridas de Endurance, como as 24 Horas de Le Mans. No final de 1962, a Porsche retirou-se como equipa de fábrica, para não mais voltar, e a partir dali, os sucessos desportivos fizeram-se nas provas de longa distância.


Chassis: Porsche 804
Motor: Porsche de 1.5 Litros, oito cilindros em linha.
Pilotos: Dan Gurney e Jo Bonnier
Corridas: 7
Vitórias: 1 (Gurney 1)
Pole-Positions: 1 (Gurney 1)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 18 (Gurney 15, Bonnier 3)


Fontes:


http://www.f1technical.net/f1db/cars/164
http://www.ultimatecarpage.com/car/704/Porsche-804.html
http://www.geocities.com/iamsic666/Special_Autos.html?1113869559228

4 comentários:

Raúl disse...

aquellos coches eran lujosos no para correr pero daban la talla

Felipão disse...

Um dos meus F1 favoritos...

Anónimo disse...

Carros de verdade!!!
Tinha que ter um bem grande pra domar e mandar num desses aí!!!

Felipe Playmobil disse...

- Muito Provavel que se a Porsche continuasse a investir na F1 teria resultados ainda melhores. Pequena que nessa época a F1 já era um cara e não dava muito retorno.
A fábrica de Stuttgart tinha que direcionar seus investimentos em uma direção, e o fez priorizando as provas de longa duração Tornando o Sobrenome Porsche um mitico nas pistas de todo mundo.