domingo, 15 de fevereiro de 2009

WRC - Rali da Noruega (Final)

Nem mesmo na neve Sebastien Löeb deixa de ganhar. Duas corridas, duas vitórias. O piloto francês pode ter tido a apertada concorrência de Mikko Hirvonen, no seu Ford Focus WRC, mas no final, o piloto francês assegurou a sua 49ª vitória da sua carreira (e apenas a segunda na neve), e a liderança destacada do Mundial de Ralies.


O terceiro dia do rali prometia emoção, pois Hirvonnen tentava recuperar do falhanço que foi a tática de deixar que Sebastien Löeb abrisse as classificativas de ontem, pois resistiu melhor aos ataques do piloto finlandês. Hirvonnen atacou sempre, mas o francês do Citroen C4WRC resistiu sempre, e chegou no final desta rali com uma vantagem de apenas nove segundos sobre o piloto da Ford, provando que esta foi "uma vitória arrancada a ferros".



No final, as declarações do piloto francês transpareciam isso: "Foi muito difícil, fui o primeiro na estrada ao longo de todo o fim de semana. Dei o máximo. A esta velocidade é muito fácil cometer um erro e perder o rali numa só curva. É bom conseguir ficar na frente dos pilotos finlandeses e ganhar um rali em neve.", comentou. Hirvonnen disse o mesmo, e deu os parabéns ao adversário: "Foi um rali louco e estou feliz por ter terminado. Foi uma bela luta, dei o máximo. O segundo lugar nem é mau."

Jari-Matti Latvala foi o terceiro, fechando o pódio num rali sem erros por parte dele, mas que o fez num andamento sempre inferior à dupla da frente. Contudo, pode-se dizer que este foi uma prova mais madura por parte do piloto finlandês, e conseguiu bater o espanhol Daniel Sordo na luta particular entre os segundos pilotos, o que só por si já é bom. Henning Solberg foi o quarto, batendo Dani Sordo, mas queria alcançar o pódio, algo que ficou um pouco comprometido quando não conseguiu acertar no "setup" ideal. "Foi de certa forma um bom rali para mim. Tinha expectativas de chegar ao pódio, mas o 4º lugar não é mau. Espero ser mais rápido no Chipre.", disse Henning.



Petter Solberg foi sexto, mas comemorou este resultado como se fosse uma vitória, pois corria com um carro desactualizado (um Citroen Xsara WRC), numa equipa privada montada por ele próprio para correr pelo menos a sua prova caseira, e sem garantias de que fará mais alguma prova deste campeonato. "Eu diria que isto é como um sonho. Fiz uma nova equipa com os meus amigos e família e agredeço-lhes imenso. Ontem e hoje tivemos alguns problemas, mas terminamos o rali. Penso que a sexta posição é um bom lugar para mim. A próxima prova é o Chipre e espero ser mais rápido.", disse.



No PWRC, o sueco Patrik Sandell deixou bem patente a sua superioridade ao volante do seu Skoda Fabia S2000. Quanto a Armindo Araujo, o quarto lugar na categoria de Produção foi o coroar de um bom fim de semana nas estradas norueguesas, com o seu Mitsubishi Lancer Evo IX, pois não cometeu qualquer erro, e conseguiu acompanhar as máquinas da S2000, que são superiores aos N4 que conduz.

Mas mesmo assim, estava feliz pelo resultado: "Estes cinco pontos foram uma excelente forma de começar o ano. Sabíamos que este não era um rali fácil para nós e partimos com o objectivo de não cometer erros e somar o máximo de pontos possível. No primeiro dia ainda estivemos em posição de pódio, mas ontem o Prokop esteve um pouco mais forte que nós, pelo que hoje optámos por manter o ritmo e somar cinco pontos, que são muito importantes neste início de campeonato, num terreno que não é claramente aquele onde estou mais à vontade", afirmou.



O Rali da Noruega acabou, agora vem o Rali do Chipre, dentro de um mês.

4 comentários:

Janus disse...

"Nem mesmo na neve Sebastien Löeb não deixa de ganhar."

Longe, mas muito longe mesmo de mim querer corrigir o seu português, Speeder. Mas, essas questões às vezes são tratadas de maneira diferente em Portugal e no Brasil, então fiquei agora com uma dúvida. Porque, para mim, o normal seria dizer que "Nem mesmo na neve SL deixa de ganhar", ou então "Mesmo na neve SL não deixa de ganhar". Me deu a impressão de uma negativa dupla aí, é comum esse uso aí no além-mar?

De qquer maneira, marcante a vitória do Loeb. Apenas a sua segunda vez na neve, correto? Antes achava que era pela falta de adversários esse domínio absurdo dele, mas vendo os tempos fantásticos que conseguiu nos testes de F1, acho que realmente ele pertence à classe dos gênios fora-de-série.

Speeder76 disse...

A negativa dupla é muito usada por aqui, mesmo que tecnicamente seja um erro, como bem apontaste.



É um pouco como quando se escreve a palavra "houvessem", que como sabes, não existe, mas é muito usada, demasiado usada até, pela imprensa portuguesa. É por isso que evito escrever o mais possivel até a própria palavra "houve", tentando substituir por sinónimos, como "acontece" ou "existe", conforme o contexto...


Por via das dúvidas, decidi que o melhor é corrigir a frase.


Passando à "vaca fria", ou seja, o francês, julgava que este "handicap" da neve viesse ao de cima, mas afinal, parece que corrigiu essa parte. Suspeito que a temporada de 2009 do WRC seja "um passeio no parque" para o francês, para desespero da Ford...

Janus disse...

Engraçado estarmos falando em erros de português e logo em seguida citar "handicap". Acaso foi como provocação à imprensa brasileira? hehe. ..

Explico: deste lado do oceano muitos cronistas esportivos gostam de usar o termo, mas invertem o seu significado. Ao invés de ser algo negativo (uma deficiência, como seria o correto e como é, no original inglês), usam a palavra como um termo "chique" para definir uma vantagem.

Por exemplo, "tal jogador possui um handicap muito bom, sua extraordinária capacidade de cabeceio" ...

PS: resolvi dar uma procurada antes de 'publicar o seu comentário', achei este artigo interessante.

Speeder76 disse...

LOL!... Confesso que desconhecia essa parte, Janus.


Usei a palavra "handicap" no seu verdadeiro sentido, ou seja, uma desvantagem. O francês, como disse, nunca foi muito bom na neve (aliás, só ganhou uma vez o Rali da Suécia, em 2004), logo, é esse o significado que dou quando uso tal palavra.


Um aparte pessoal: aprendi a falar e escrever Inglês muito cedo na vida (sete/oito anos) e ela foi sempre uma das minhas disciplinas favoritas na escola, a par de Geografia e História. Para além disso, aprendi técnicas de tradução de Inglês durante dois anos e hoje em dia, para não perder a prática, estou frequentemente a traduzir coisas directamente da lingua de Shakespeare. Quando faço biografias de pilotos ou carros, nunca leio ou uso a Wikipedia em português, porque a versão inglesa é sempre muito mais completa e muito mais interessante. E quando diz Wikipédia, diz outras fontes como jornais e sites...


Ah, e gostei do artigo em anexo. Nem sabia que a imprensa desportiva nessas bandas usa tal palavra num sentido completamente diferente!