quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Bólides Memoráveis - Jordan 199 (1999)

Toda a gente que gosta de Formula 1 tem um capital de simpatia por Eddie Jordan e o seu Jordan Grand Prix, ao longo dos anos 90. Em 1999, a Jordan Grand Prix teve o seu melhor ano de sempre, graças a um carro bem desenhado por um jovem Mike Gascoygne, e que deu ao alemão Heinz-Harald Frentzen uma verdadeira hipótese de lutar pelo título mundial. Hoje falo do Jordan 199.


No final de 1998, Eddie Jordan tinha finalmente alcançado a sua primeira vitória em Grandes Prémios, e esperava que os motores Mugen-Honda fossem melhores, para poder continuar com a senda vitoriosa. Com o veterano Damon Hill ao volante, Jordan tinha que arranjar um substituto para Ralf Schumacher, que tinha partido para a Williams. Afinal, foi mais uma troca, pois para o seu lugar foi Heinz-Harald Frentzen, que vinha de lá. O carro, construido em fibra de carbono, era o primeiro projecto totalmente supervisionado por Mike Gascoygne, que tinha chegado à equipa em Julho do ano anterior.





Com um bico mais baixo, inspirado nos McLaren, era um chassis simples, mas eficaz. Tanto era assim que ele se adaptava bem quer nos circuitos lentos, quer nos rápidos. E a prova disso foi que Frentzen ganhou em dois circuitos totalmente distintos: Magny-Cours e Monza. O motor Mugen-Honda era uma melhoria do bloco do ano anterior, e foi evoluindo ao longo do ano. Logo, a competitividade foi demonstrada desde a primeira corrida do ano, quando Frentzen foi segundo classificado na Austrália, e terceiro em Interlagos, nas duas primeiras corridas do ano.






Com o tempo, Frentzen era um piloto regular nas posições da frente, enquanto que Damon Hill já sentia o peso dos seus 39 anos. O seu melhor resultado tinha sido um quarto lugar em Imola, mas quer nos treinos, quer na corrida, era sempre mais lento que o alemão, o que fez pensar que já era altura de se retirar competitivamente. A ideia era de abandonar em Silverstone, palco do GP de Inglaterra, mas aí ele foi quinto classificado, o que fez repensar as prioridades e ficou por lá até ao final do ano. Depois dessa corrida, só conquistou mais dois pontos.

Em contraste, Frentzen estava a fazer o seu melhor campeonato de sempre. Depois de vencer em Magny-Cours, aproveitando bem a constante variação do estado do tempo, conseguiu uma segunda vitória no veloz circuito de Monza, casa da Ferrari. Na prova seguinte, em Nurburgring, fez a "pole-position" e parecia estar com sérias hipóteses de alcançar a liderança, mas um problema eléctrico o deixou apeado á 33ª volta. No final, Frentzen era terceiro no campeonato, e dava á Jordan a mesma posição nos Construtores. Para Eddie Jordan, era a sua melhor posição de sempre, e julgava que isto seria o trampolim para era de títulos. Infelizmente não era. Até à sua última temporada na Formula 1, em 2005, a Jordan só ganhou mais uma corrida na carreira.



Chassis: Jordan 199
Projectista: Mike Gascoygne
Motor: Mugen-Honda V10 de 3 Litros
Pilotos: Damon Hill e Heinz-Harald Frentzen
Corridas: 16
Vitórias: 2 (Frentzen 2)
Pole-Positions: 1 (Frentzen 1)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 61 (Frentzen 54, Hill 7)


Fontes:

Santos, Francisco: Anuário Formula 1 1999/2000, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo

http://en.wikipedia.org/wiki/Jordan_199
http://www.grandprix.com/ns/ns01897.html (apresentação do novo carro, em 1999)

3 comentários:

speed.king.thrasher disse...

putzz... eu tava torcendo de mais pro Frentzen em 1999. Lembro até hj das corridas de Monza e Nurburgring, senti firmeza, até o carro quebra na saida do box... fiquei mto mal por causa daquilo, mas o Herbert ganhando conpensou um pouco depois.

belo post!

Bruno disse...

Sempre tive simpatia pela Jordan, e esse ano realmente marcou.

Essa corrida em Nürburgring então...

Se junta aquela em 97, do Hill na Arrows.

Pena que a Jordan não conseguiu manter o bom nível nos outros anos.

Até

Anónimo disse...

O ano de 2000 marcou o inicio do fim parta a Jordan. Com a boa temporada de 1999 ela era uma das favoritas para o ano seguinte, mas o EJ10, embora fosse um carro rápido, era muito fragil. E, também, as estrategias de corrida da equipe não ajudaram em nada durante o ano. Vimos varias vezes o Frentzen e o Trulli fazendo bons tempos na classificação e largando entre os primeiros, mas quando o carro não quebrava a Jordan estragava tudo nos pit stops.

Em 2001 a equipe ainda tinha crédito com os patrocinadores, mas o carro novamente não era confiavel. E pra piorar, já não era tão rapido. Resultado: em 2002 a equipe teve uma redução consideravel da verba dos patrocinadores e voltou a ser apenas uma equipe media.