domingo, 15 de fevereiro de 2009

O piloto do dia - Alexander Wurz

Nunca foi um piloto genial, nem tem um palmarés rico em títulos. A sua carreira na Formula 1 pode ter sido modesta, mas a sua experiência como "test-driver" é inigualável, e ainda pode ter não ter escrito as últimas páginas na Formula 1, pois algumas pessoas o gostariam de ver como futuro presidente da FIA. Completando hoje o 35º anivervário, Alexander Wurz é o piloto do dia neste blog.

Filho de Franz Wurz, tri-campeão europeu de rallycross (1974, 1976 e 1982), Alexander nasceu em Waidhofen an der Thaya, na Baixa Austria, a 15 de Fevereiro de 1974. Começou a competir desde cedo, no BMX, sendo campeão do Mundo dessa modalidade aos 12 anos, em 1986. Isso deu-lhe resistência fisica e uma altura impressionante, para um futuro piloto de automóveis, pois mede actualmente... 1.87 metros!

Pouco tempo depois, passa para o karting, e em 1991 passa para a Formula Ford 1600, na sua Austria natal. No ano seguinte vai para a Alemanha, onde corre no campeonato e vence o campeonato. Em 1993, muda.se para a Formula 3, ao volante da famosa RSM Marko, do seu compatriota Helmut Marko, e vence o campeonato austriaco, mas fica com posições modestas no campeonato alemão. Em 1994, mudando de equipa, acaba no vice-campeonato, mas continua no mesmo campeonato um terceiro ano, para conseguir apenas o sexto posto final.

Em 1996, com 22 anos, corre no ITC, ao voltante de um Opel Calibra do Team Joest, e também pega no Porsche da mesma equipa para participar nas 24 horas de Le Mans desse ano, onde ao lado do americano Davy Jones e do alemão Manuel Reuter, seu companheiro no ITC, vencem as 24 Horas de Le Mans desse ano. Com 22 anos, Alex Wurz era o mais novo piloto até então a subir ao pódio da mítica prova francesa, e era o seu primeiro grande título.

No ano seguinte, corre no campeonato FIA GT pela Mercedes, enquanto que a meio do ano, é chamado pela equipa Benetton para que substitua o seu compatriota Gerhard Berger, que tem de ficar de fora por três corridas para ser operado ao nariz. O seu começo é no Canadá, mas o seu auge será em Silverstone, onde chega ao fim na terceira posição, na última das suas corridas a substituir o seu compatriota.

Contudo, essas exibições foram as suficientes para que ele substituisse Berger quando este anunciou a sua aposentadoria da Formula 1, no final desse ano. 1998 torna-se no primeiro ano a tempo inteiro na Formula 1, onde consegue a sua melhor classificação de sempre: o oitavo lugar e 17 pontos ao todo, fruto dos seus cinco quartos lugares. Contudo, a Benetton atravessava nessa altura uma espiral descendente, e em 1999 e 2000, não conseguiu mais do que cinco pontos no total das duas épocas.

No final de 2000, sem conseguir arranjar lugar para a temporada seguinte, decidiu aceitar o papel de piloto de testes na McLaren, onde ficou nas próximas quatro épocas. Apesar deste papel secundário, nunca abandonou o desejo de voltar a correr, e muitas vezes era tido como hipótese, mas a altura era um dos óbices que o impedia de conseguir um regresso à Formula 1 a tempo inteiro. Contudo, em 2005, teve um breve regresso, quando substituiu Juan Pablo Montoya no GP de San Marino, depois do piloto colombiano se ter lesionado... a jogar ténis. Wurz levou o seu McLaren ao quarto posto da corrida, mas a posterior desclassificação do BAR-Honda de Jenson Button fez com que herdasse o terceiro posto, tornando-se assim no piloto que demorou mais tempo a voltar a subir a um pódio: quase oito anos.

No final de 2005, Wurz transferiu-se para a Williams, ainda no papel de terceiro piloto, fazendo correr nas sextas-feiras à tarde com o carro, mas no final de 2006, Frank Williams decidiu recompensar os seus bons serviços ao contratá-lo para ser o segundo piloto, ao lado de Nico Rosberg, substiuindo o australiano Mark Webber.

Em 2007, Wurz tinha finalmente a sua primeira temporada completa em oito anos, mas a Williams era nessa altura uma pálida sombra do seu passado. O austriaco poderia ser experiente, mas não era tão rápido como o seu companheiro Rosberg, portanto quase sempre era batido. E a o seu regresso podia ter acabado mal: na primeira corrida do ano, em Melbourne, apanha um susto quanto o Red Bull de David Coulthard passa a poucos centímetros da sua cabeça, numa colisão provocada por uma ultrapassagem mal calculada...

Mas quando a oportunidade aparecia, ele brilhava: subiu ao pódio no final do GP do Canadá de 2007, a mesma corrida que deu a primeira vitória da carreira a Lewis Hamilton, e em Nurburgring, ia quase fazer o mesmo, pois ficou colado ao Red Bull de Mark Webber, lutando pelo terceiro posto nos metros finais da corrida. Mas no final, o australiano levou a melhor.

Satisfeito por ter saboreado mais uma temporada a tempo inteiro, Alex Wurz decide que, com 33 anos, era altura de sair de cena. Fê-lo em Xangai, uma prova antes do final do campeonato, agradecendo a todos pela oportunidade concedida. Mas não era a última vez que se sentava no cockpit de um Formula 1: a Honda contratou-o para ser um dos pilotos de testes da sua equipa para 2008, enquanto que corria pela equipa Peugeot nas 24 Horas de Le Mans desse ano. Fora disso, goza a vida no Mónaco, onde vive com a sua mulher e os seus três filhos.

A sua carreira na Formula 1: 69 Grandes Prémios, em seis temporadas (1997-2000, 2005, 2007), três pódios, uma volta mais rápida, 45 pontos.

Fontes:

3 comentários:

I wanna be Nuno Rogeiro disse...

O brilharete que fez quando substituiu temporariamente o Berger em 1997 estabeleceu-lhe uma fama de piloto rápido. Mas a mim sempre me pareceu mais fraco que todos os colegas de equipa que teve. Ainda assim isto não invalida o seu forte contributo para o desenvolvimento técnico das equipas por onde passou, fruto ser um dos primeiros pilotos a tirar o curso de engenharia mecânica com vista a ter um background técnico para as suas participações.

Anónimo disse...

Wurz pintou bem em 97 e em 98 superou em pontos Fisichella. Mas daí em diante sua carreira entrou emd eclínio, se firmou como piloto de testes e acabou para a F1. Em 2007, era lento de doer, mas conseguiu bons resultados, na base da sorte e da consistência.
www.motorizado.wordpress.com

Anónimo disse...

Grande Wurz, talvez esteve na hora errada no lugar certo, enfim teve boas apresentações mas foi uma promessa que não se cumpriu... pena alguem lembra das suas botas de duas cores???