(continuação do episódio anterior)
Pelas oito da noite, Pete e John estavam a assistir à emissão especial da BBC dedicada à manobra de aterragem do módulo lunar, enquanto que a mulher Pamela e a irmã de John, Sinead, preparavam o jantar. Pete já tinha colocado os talheres, copos e pratos na mesa, composta para seis pessoas, algo que Pete não tinha contado a John, nem a Sinead. Mas ambos não estavam muito preocupados com isso, pois estavam grudados no ecrã, esperando pelo momento da acopolagem. O módulo lunar Eagle já tinha saído do módulo de comando Columbia, e esperava-se pela chegada a qualquer momento. Sinead colocava a cabeça na sala para perguntar:
- Já chegaram à Lua?
- Ainda não, mana, respondeu John.
- Ainda vai demorar alguns minutos, acrescentou Pete.
Depois disso, John virou-se para Pete e perguntou:
- Estamos á espera de quem?
- De Teddy Solana, que vai trazer mais alguém.
- Quem?
- Desconfio de uma coisa, mas não te consigo responder. Mas deve ter a ver com a equipa.
- Ah é?
- Parece que sim. O Teddy quer correr conosco em 1970.
- Seria optimo, é um bom piloto. E quem tu achas que ele trará?
- Boa pergunta. Mas acho que deve ser bom.
Eram 20:15. O módulo de comando já tinha começado as suas manobras de aterragem na Lua quando soou a campaínha da porta. Pete levantou-se e correu para junto dela, e quando a abriu, estava Teddy, com os seus óculos Ray-Ban postos, apesar de não estar sol naquele dia em particular. Sorridente, estendeu a mão na sua direcção, afirmando:
- Já aterraram?
- Não, mas deve acontecer a qualquer momento.
- Então ainda podemos aproveitar, afirmou. O meu amigo foi estacionar o carro, já volta.
- Ele sabe onde é?
- Sei, pois ele me deixou à porta, afirmou, entrando dentro de casa e correndo em direcção da TV.
Pete ia para fechar a porta quando ouve um grito:
- Não feche, não feche!
Pete olhou e viu um rapaz de óculos de massa, com uma testa proeminente, denotando uma calvície inicial. tinha uma pasta castanha na sua mão direita e sorridente, estendeu a mão e apresentou-se?
- Sr. Pete Aaron? O meu nome é Andy Bond, vim com o Teddy.
- Caro Andy, é um prazer conhecê-lo, afirmou. O seu nome não me é estranho.
- E o seu não é desconhecido. Trabalho na BRM, sou...
A conversa é interrompida com um grito vindo da sala. John levantou-se do sofá e afirmou para que toda a gente pudesse ouvir:
- ELES CHEGARAM, ELES CHEGARAM!
Ambos entraram apressadamente para dentro de casa, e puderam ver o resto dos elementos colados à TV, enquanto viam uma imagem do módulo lunar na superfície da Lua. O narrador, na sua voz sóbria, mas ligeiramente alterada, afirmava: "Os astrounautas Edwin 'Buzz' Aldrin e Neil Armstrong acabaram de dizer que 'A Eagle aterrou' significando que tocaram agora mesmo na superficie da Lua, aparentemente quando faltavam alguns segundos até que o combustivel dos seus depósitos acabasse. O comando de Houston respondeu que 'Alguns dos rapazes que estão aqui estavam a ficar azuis por vossa causa, mas voltaram a respirar". Os presentes na sala começaram a rir-se.
- E agora, quando é que saem? perguntou Pat
- Não sei, mas deve ser durante a noite, respondeu John.
- Foi à justa, afirmou Teddy.
- Mas parece que foi tudo programado, respondeu Pete. Imediatamente a seguir, viu Andy por um canto do olho e levantou a voz:
- Pessoas, apresento-vos o sr. Andy Bond. É amigo do Teddy, portanto ele deverá dizer-nos quem é este simpático senhor.
Andy ficou com a face um pouco ruborizada e afastou-se um pouco para que pudesse ser visto por todos. Teddy veio em seu auxílio e completou.
- O Andy é um dos projectistas da equipa. Ele ajudou a desenhar o carro deste ano, mas quer trabalhar num sitio melhor. Como soube de vocês, e também soube que era amigo do Pete, pediu-me para que combinasse um encontro com o Pete e o John. Sei que este pode não ser o sitio adequado, mas...
- Não faz mal, ele pode nos ser útil. Não achas, John?
- Acho que sim, é uma área no qual precisamos de alguém bom. Afinal, vamos construir um chassis novo...
- Então devo ser o vosso homem, respondeu Andy.
- Veremos, tens de provar ser merecedor desse lugar, respondeu John.
--- xxx ---
À medida que os minutos passavam, e ouvia-se em pano de fundo as explicações sobre a missão na Lua, comia-se e bebia-se, falando invariavelmente sobre os carros e a Lua. Pat e Sinead estavam sentados lado a lado, enquanto que em cada topo, John O'Hara e Pete Aaron observavam os outros dois convidados. À medida que os minutos passavam e as conversas começavam a ser cada vez mais descontraídas, ficavam-se a conhcer ainda melhor. A certa altura, estando ele à frente da TV, Andy Bond observava a TV e dizia a Pete Aaron, que estava a seu lado:
- Magnifico, hein? perguntou.
- Sim, claro que é, respondeu Pete.
- Acabamos de assistir ao que de melhor se faz na América, com material feito no seu país, a partir do projecto de cientistas que trabalharam outrora para Adolf Hitler e que desenvolveram as mais temidas armas da II Guerra Mundial. 25 anos antes, os aparelhos desenhados por Verner von Braun caiam quei mesmo, em Londres, matando centenas. E agora, colocaram o homem na Lua. É fabuloso, em todos os aspectos!
- Sim, mas agora é diferente.
- Com certeza. Tais como são agora nos nossos tempos no automobilismo.
- Acho que devias ouvir o que ele tem a dizer, acrescentou Teddy. Digo isto porque já vi o que ele tem para dizer.
- Viste... no papel. Preciso de desenvolver a ideia.
- Estou a ouvir, disse Pete.
Andy levantou-se, foi buscar a pasta que tinha trazido. Sentou-se e mostrou um desenho normal, sem qualquer especificação técnica, e estendeu-o:
- Sabe o que é isto?
- Não, o que é?
- Se quiser, será o seu carro para 1970.
O desenho que Andy lhe mostrara era completamente diferente de tudo o que tinha visto. Tinha uma asa à frente e outra atrás, com o radiador na frente do seu carro, mas com uma abertura mais pequena do que o normal e uma plataforma lateral a cada lado. Pete achava estranho, e questionou:
- Isto é um carro?
- É. E funciona, acredite. É um carro que aproveita bem o aerodinamismo. É um mundo completamente novo, e se for devidamente explorado, pode nos fazer ganhar corridas em pouco tempo!
- Hmmm... afirmou Pete em tom pensativo. Olhou atentamente no desenho, e passou depois para os restantes membros da mesa.
John O'Hara viu-o e questionou:
- Isto funciona, amigo?
- Claro, foi experimentado em túnel de vento.
- Como assim?
- Estou a mostrar uma coisa que apresentei à BRM no inicio do ano. Eles sabem disto, mas nunca obtive resposta. Nem sim, nem não. Aquilo está numa confusão absoluta depois da morte de Lord Owen. Os filhos andam à briga na equipa e temo que aquilo acabe de vez antes do final do ano.
- Estou a ver. Quer juntar-se a nós para ver se isto funciona.
- Eu sei que isso funciona, porque já o testei.
- Onde?
- No Imperial College. O pessoal com que trabalho até ficou impressionado com aquilo. Aliás, descobri nesse modelo que aumentando a superficie para os lados, conseguiria uma maior aderência à estrada em relação aos carros comuns. Acho que com este desenho, apanharemos a concorrência de surpresa.
John O'Hara ficou pensativo, e disse:
- Confesso que só acreditando vendo a coisa. Mas não temos muito a perder, confesso.
- Não tem nada a perder, posso garantir.
- Com que material construiria isto?
- Aluminio. Em monocoque, a não ser que perfira magnésio.
- Magnésio não sei, pelo que oiço falar, é volátil.
- Mas leve, muito leve, retorquiu.
John olhou para Pete, que também o olhava. Com dois dos três sócios presentes, tinham o poder para decidir sobre o que fazer para a próxima temporada. Virou-se para Teddy e perguntou:
- Estão contratados.
- Excelente! Não te arrependerás de nada, afirmou Teddy, levantando-se para o cumprimentar.
- E eu levanto o copo para celebrar o acordo, afirmou Andy.
Todos brindam o acordo e bebem dos seus copos. Logo a seguir, Sinead diz:
- A que horas eles saem da nave?
- Tarde, muito tarde, respondeu o irmão.
- Não importo de esperar, respondeu.
- Nem nós querida, retorquiu Pat.
(continua)
Pelas oito da noite, Pete e John estavam a assistir à emissão especial da BBC dedicada à manobra de aterragem do módulo lunar, enquanto que a mulher Pamela e a irmã de John, Sinead, preparavam o jantar. Pete já tinha colocado os talheres, copos e pratos na mesa, composta para seis pessoas, algo que Pete não tinha contado a John, nem a Sinead. Mas ambos não estavam muito preocupados com isso, pois estavam grudados no ecrã, esperando pelo momento da acopolagem. O módulo lunar Eagle já tinha saído do módulo de comando Columbia, e esperava-se pela chegada a qualquer momento. Sinead colocava a cabeça na sala para perguntar:
- Já chegaram à Lua?
- Ainda não, mana, respondeu John.
- Ainda vai demorar alguns minutos, acrescentou Pete.
Depois disso, John virou-se para Pete e perguntou:
- Estamos á espera de quem?
- De Teddy Solana, que vai trazer mais alguém.
- Quem?
- Desconfio de uma coisa, mas não te consigo responder. Mas deve ter a ver com a equipa.
- Ah é?
- Parece que sim. O Teddy quer correr conosco em 1970.
- Seria optimo, é um bom piloto. E quem tu achas que ele trará?
- Boa pergunta. Mas acho que deve ser bom.
Eram 20:15. O módulo de comando já tinha começado as suas manobras de aterragem na Lua quando soou a campaínha da porta. Pete levantou-se e correu para junto dela, e quando a abriu, estava Teddy, com os seus óculos Ray-Ban postos, apesar de não estar sol naquele dia em particular. Sorridente, estendeu a mão na sua direcção, afirmando:
- Já aterraram?
- Não, mas deve acontecer a qualquer momento.
- Então ainda podemos aproveitar, afirmou. O meu amigo foi estacionar o carro, já volta.
- Ele sabe onde é?
- Sei, pois ele me deixou à porta, afirmou, entrando dentro de casa e correndo em direcção da TV.
Pete ia para fechar a porta quando ouve um grito:
- Não feche, não feche!
Pete olhou e viu um rapaz de óculos de massa, com uma testa proeminente, denotando uma calvície inicial. tinha uma pasta castanha na sua mão direita e sorridente, estendeu a mão e apresentou-se?
- Sr. Pete Aaron? O meu nome é Andy Bond, vim com o Teddy.
- Caro Andy, é um prazer conhecê-lo, afirmou. O seu nome não me é estranho.
- E o seu não é desconhecido. Trabalho na BRM, sou...
A conversa é interrompida com um grito vindo da sala. John levantou-se do sofá e afirmou para que toda a gente pudesse ouvir:
- ELES CHEGARAM, ELES CHEGARAM!
Ambos entraram apressadamente para dentro de casa, e puderam ver o resto dos elementos colados à TV, enquanto viam uma imagem do módulo lunar na superfície da Lua. O narrador, na sua voz sóbria, mas ligeiramente alterada, afirmava: "Os astrounautas Edwin 'Buzz' Aldrin e Neil Armstrong acabaram de dizer que 'A Eagle aterrou' significando que tocaram agora mesmo na superficie da Lua, aparentemente quando faltavam alguns segundos até que o combustivel dos seus depósitos acabasse. O comando de Houston respondeu que 'Alguns dos rapazes que estão aqui estavam a ficar azuis por vossa causa, mas voltaram a respirar". Os presentes na sala começaram a rir-se.
- E agora, quando é que saem? perguntou Pat
- Não sei, mas deve ser durante a noite, respondeu John.
- Foi à justa, afirmou Teddy.
- Mas parece que foi tudo programado, respondeu Pete. Imediatamente a seguir, viu Andy por um canto do olho e levantou a voz:
- Pessoas, apresento-vos o sr. Andy Bond. É amigo do Teddy, portanto ele deverá dizer-nos quem é este simpático senhor.
Andy ficou com a face um pouco ruborizada e afastou-se um pouco para que pudesse ser visto por todos. Teddy veio em seu auxílio e completou.
- O Andy é um dos projectistas da equipa. Ele ajudou a desenhar o carro deste ano, mas quer trabalhar num sitio melhor. Como soube de vocês, e também soube que era amigo do Pete, pediu-me para que combinasse um encontro com o Pete e o John. Sei que este pode não ser o sitio adequado, mas...
- Não faz mal, ele pode nos ser útil. Não achas, John?
- Acho que sim, é uma área no qual precisamos de alguém bom. Afinal, vamos construir um chassis novo...
- Então devo ser o vosso homem, respondeu Andy.
- Veremos, tens de provar ser merecedor desse lugar, respondeu John.
--- xxx ---
À medida que os minutos passavam, e ouvia-se em pano de fundo as explicações sobre a missão na Lua, comia-se e bebia-se, falando invariavelmente sobre os carros e a Lua. Pat e Sinead estavam sentados lado a lado, enquanto que em cada topo, John O'Hara e Pete Aaron observavam os outros dois convidados. À medida que os minutos passavam e as conversas começavam a ser cada vez mais descontraídas, ficavam-se a conhcer ainda melhor. A certa altura, estando ele à frente da TV, Andy Bond observava a TV e dizia a Pete Aaron, que estava a seu lado:
- Magnifico, hein? perguntou.
- Sim, claro que é, respondeu Pete.
- Acabamos de assistir ao que de melhor se faz na América, com material feito no seu país, a partir do projecto de cientistas que trabalharam outrora para Adolf Hitler e que desenvolveram as mais temidas armas da II Guerra Mundial. 25 anos antes, os aparelhos desenhados por Verner von Braun caiam quei mesmo, em Londres, matando centenas. E agora, colocaram o homem na Lua. É fabuloso, em todos os aspectos!
- Sim, mas agora é diferente.
- Com certeza. Tais como são agora nos nossos tempos no automobilismo.
- Acho que devias ouvir o que ele tem a dizer, acrescentou Teddy. Digo isto porque já vi o que ele tem para dizer.
- Viste... no papel. Preciso de desenvolver a ideia.
- Estou a ouvir, disse Pete.
Andy levantou-se, foi buscar a pasta que tinha trazido. Sentou-se e mostrou um desenho normal, sem qualquer especificação técnica, e estendeu-o:
- Sabe o que é isto?
- Não, o que é?
- Se quiser, será o seu carro para 1970.
O desenho que Andy lhe mostrara era completamente diferente de tudo o que tinha visto. Tinha uma asa à frente e outra atrás, com o radiador na frente do seu carro, mas com uma abertura mais pequena do que o normal e uma plataforma lateral a cada lado. Pete achava estranho, e questionou:
- Isto é um carro?
- É. E funciona, acredite. É um carro que aproveita bem o aerodinamismo. É um mundo completamente novo, e se for devidamente explorado, pode nos fazer ganhar corridas em pouco tempo!
- Hmmm... afirmou Pete em tom pensativo. Olhou atentamente no desenho, e passou depois para os restantes membros da mesa.
John O'Hara viu-o e questionou:
- Isto funciona, amigo?
- Claro, foi experimentado em túnel de vento.
- Como assim?
- Estou a mostrar uma coisa que apresentei à BRM no inicio do ano. Eles sabem disto, mas nunca obtive resposta. Nem sim, nem não. Aquilo está numa confusão absoluta depois da morte de Lord Owen. Os filhos andam à briga na equipa e temo que aquilo acabe de vez antes do final do ano.
- Estou a ver. Quer juntar-se a nós para ver se isto funciona.
- Eu sei que isso funciona, porque já o testei.
- Onde?
- No Imperial College. O pessoal com que trabalho até ficou impressionado com aquilo. Aliás, descobri nesse modelo que aumentando a superficie para os lados, conseguiria uma maior aderência à estrada em relação aos carros comuns. Acho que com este desenho, apanharemos a concorrência de surpresa.
John O'Hara ficou pensativo, e disse:
- Confesso que só acreditando vendo a coisa. Mas não temos muito a perder, confesso.
- Não tem nada a perder, posso garantir.
- Com que material construiria isto?
- Aluminio. Em monocoque, a não ser que perfira magnésio.
- Magnésio não sei, pelo que oiço falar, é volátil.
- Mas leve, muito leve, retorquiu.
John olhou para Pete, que também o olhava. Com dois dos três sócios presentes, tinham o poder para decidir sobre o que fazer para a próxima temporada. Virou-se para Teddy e perguntou:
- Estão contratados.
- Excelente! Não te arrependerás de nada, afirmou Teddy, levantando-se para o cumprimentar.
- E eu levanto o copo para celebrar o acordo, afirmou Andy.
Todos brindam o acordo e bebem dos seus copos. Logo a seguir, Sinead diz:
- A que horas eles saem da nave?
- Tarde, muito tarde, respondeu o irmão.
- Não importo de esperar, respondeu.
- Nem nós querida, retorquiu Pat.
(continua)
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