Quando foram anunciadas ao grande público as parelhas das quatro principais equipas de Formula 1 para 2010, lembrei-se da velha frase: "Mantêm os teus amigos por perto e os teus inimigos ainda mais". Creio que foi Julio César que o disse.
Quase toda a gente disse que colocar dois pilotos de performance igual nestas quatro equipas seria uma recenta para o desastre. As referências do passado serviram de baliza para analisar as do presente, e não eram boas. Senna-Prost, que partilharam a McLaren nas temporadas de 1988-89, é certamente a mais famosa, mas já aconteceram outras no passado que tiveram o mesmo destino. A dupla Jones-Reutemann (Williams 1980-81) ou a de Pironi-Villeneuve (Ferrari 1981-82) podem ser coloadas nesse mesmo saco.
Nesta temporada em que temos quatro duplas com tendência explosiva (Hamilton-Button, Schumacher-Rosberg, Vettel-Webber e Alonso-Massa) a ironia que podemos tirar deste incidente do fim de semana turco foi que isto tenha acontecido à dupla mais velha e aparentemente mais harmoniosa. Aliás, quinze dias antes, vimos a comemoração da Red Bull depois da dobradinha monegasca... que volta de 180 graus, não é?
Estes dias que se seguem deverão servir para que Christian Horner e o resto da Red Bull descalçar esta bota. Espero que se falem, que se entendam e coloquem os pontos nos is entre os pilotos, para evitar mais tiros nos pés como o deste Domingo. Eles sabem que com o carro que têm nas mãos, estão numa situação onde dependem deles próprios para ficaram com uma inédita dobradinha na história dos energéticos na Formula 1. Seria irónico que o sonho de Dieter Mateschitz seja deitado fora por desentendimentos internos... as corridas seguintes deverão dar uma resposta a este caso.
E com isto, a ideia de uma transição gradual de um equilibrio entre as quatro equipas da frente (embora a Ferrari esteja a ficar cada vez para trás, e começa a ver a perigosa aproximação por parte da Renault) para um dominio da Red Bull e do seu RB6, a mais recente criação de Adrian Newey fica em suspenso. E não creio que, no imprevisivel GP do Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve, haja um regresso à normalidade. Mas como é óbvio, posso estar enganado.
Indy 500: Um veterano ganha, um novato bate
Ver as 500 Milhas de Indianápolis, depois de assistir ao GP da Turquia, ou qualquer corrida de Formula 1, por exemplo, é absolutamente diferente. A começar pela mentalidade que anda por ali. Os pilotos estão próximos dos fãs, a organização envolve toda a gente no espírito da competição, os espectácilos são de enchar o olho, o que compensa o facto de que esta ser uma categoria pobre: monomarca, monomotor, monopneu. E se a ideia é de promover o talento dos pilotos, a mesma coisa se faz na NASCAR, com chassis diferentes, motores diferentes e pneus diferentes. Gostaria que essa permissa mudasse no ano que vêm, pois será altura da entidade escolher um novo chassis. Que parecem estar inclinados no "louco projecto" da Deltawing...
Mas se a corrida não foi fantástica, emoção não faltou. Batidas logo na volta inicial, recuperações de ponta a ponta, como a que aconteceu a Tony Kanaan, que largou de último e chegou a andar nos lugares da frente, mas no final, o melhor carro e o melhor piloto da tarde foi Dario Franchitti, que esteve sempre nos lugares da frente e nunca cometeu nenhum erro grave durante a corrida, ao contrário de muitos outros.
Mas a corrida ficou marcada pelo acidente espectacular de Mike Conway e de Ryan Hunter-Reay, na penultima volta do corrida. A coisa aconteceu devido a uma pane seca do piloto americano, e do qual o britânico pouco podia fazer para evitar o acidente, pois rodava muito perto dele. O impacto e o resultado foram arrepiantes, mas ver Conway a sair dali apenas com uma perna partida e com as costas magoadas é um feito para a tecnologia envolvida na construção e na resistência daqueles carros, pois foram fabulosos. E se este acidente tivesse acontecido vinte anos antes, Conway estaria em muito pior estado, senão morto.
E pronto, por hoje é tudo. Semana que vem tem mais, até lá!
Quase toda a gente disse que colocar dois pilotos de performance igual nestas quatro equipas seria uma recenta para o desastre. As referências do passado serviram de baliza para analisar as do presente, e não eram boas. Senna-Prost, que partilharam a McLaren nas temporadas de 1988-89, é certamente a mais famosa, mas já aconteceram outras no passado que tiveram o mesmo destino. A dupla Jones-Reutemann (Williams 1980-81) ou a de Pironi-Villeneuve (Ferrari 1981-82) podem ser coloadas nesse mesmo saco.
Nesta temporada em que temos quatro duplas com tendência explosiva (Hamilton-Button, Schumacher-Rosberg, Vettel-Webber e Alonso-Massa) a ironia que podemos tirar deste incidente do fim de semana turco foi que isto tenha acontecido à dupla mais velha e aparentemente mais harmoniosa. Aliás, quinze dias antes, vimos a comemoração da Red Bull depois da dobradinha monegasca... que volta de 180 graus, não é?
Estes dias que se seguem deverão servir para que Christian Horner e o resto da Red Bull descalçar esta bota. Espero que se falem, que se entendam e coloquem os pontos nos is entre os pilotos, para evitar mais tiros nos pés como o deste Domingo. Eles sabem que com o carro que têm nas mãos, estão numa situação onde dependem deles próprios para ficaram com uma inédita dobradinha na história dos energéticos na Formula 1. Seria irónico que o sonho de Dieter Mateschitz seja deitado fora por desentendimentos internos... as corridas seguintes deverão dar uma resposta a este caso.
E com isto, a ideia de uma transição gradual de um equilibrio entre as quatro equipas da frente (embora a Ferrari esteja a ficar cada vez para trás, e começa a ver a perigosa aproximação por parte da Renault) para um dominio da Red Bull e do seu RB6, a mais recente criação de Adrian Newey fica em suspenso. E não creio que, no imprevisivel GP do Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve, haja um regresso à normalidade. Mas como é óbvio, posso estar enganado.
Indy 500: Um veterano ganha, um novato bate
Ver as 500 Milhas de Indianápolis, depois de assistir ao GP da Turquia, ou qualquer corrida de Formula 1, por exemplo, é absolutamente diferente. A começar pela mentalidade que anda por ali. Os pilotos estão próximos dos fãs, a organização envolve toda a gente no espírito da competição, os espectácilos são de enchar o olho, o que compensa o facto de que esta ser uma categoria pobre: monomarca, monomotor, monopneu. E se a ideia é de promover o talento dos pilotos, a mesma coisa se faz na NASCAR, com chassis diferentes, motores diferentes e pneus diferentes. Gostaria que essa permissa mudasse no ano que vêm, pois será altura da entidade escolher um novo chassis. Que parecem estar inclinados no "louco projecto" da Deltawing...
Mas se a corrida não foi fantástica, emoção não faltou. Batidas logo na volta inicial, recuperações de ponta a ponta, como a que aconteceu a Tony Kanaan, que largou de último e chegou a andar nos lugares da frente, mas no final, o melhor carro e o melhor piloto da tarde foi Dario Franchitti, que esteve sempre nos lugares da frente e nunca cometeu nenhum erro grave durante a corrida, ao contrário de muitos outros.
Mas a corrida ficou marcada pelo acidente espectacular de Mike Conway e de Ryan Hunter-Reay, na penultima volta do corrida. A coisa aconteceu devido a uma pane seca do piloto americano, e do qual o britânico pouco podia fazer para evitar o acidente, pois rodava muito perto dele. O impacto e o resultado foram arrepiantes, mas ver Conway a sair dali apenas com uma perna partida e com as costas magoadas é um feito para a tecnologia envolvida na construção e na resistência daqueles carros, pois foram fabulosos. E se este acidente tivesse acontecido vinte anos antes, Conway estaria em muito pior estado, senão morto.
E pronto, por hoje é tudo. Semana que vem tem mais, até lá!
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