Pode ser um bando de coincidências, ou talvez não, mas hoje vi muitas imagens interessantes sobre a temporada de 1976. Enquanto que Ron Howard mostra-nos no seu Twitter pessoal cenas das filmagens de "Rush", como esta, onde se recria a conferência de imprensa do regresso de Niki Lauda, hoje vejo no blog do Humbarto Corradi esta imagem arrepiante de Nurburgring, naquele dia 1º de agosto de 1976, o dia em que Niki Lauda quase morreu.
As imagens que mostro aqui neste post recordam-nos uma pessoa, um momento, e o que foram talvez os 40 dias mais difíceis do piloto austríaco, e cuja história está agora a ser passada para filme, 35 anos depois destes eventos. Demonstram-nos o óbvio: de como a Formula 1 naqueles tempos era um desporto perigoso, de como num acidente como aquele tinhas dois terços de hipóteses de morrer, porque os chassis eram feitos de alumínio e não de fibra de carbono. E como isso, meia dúzia de anos depois, em 1982, demonstrou a diferença entre a vida e a morte. Gilles Villeneuve morreu num chassis de aluminio, Didier Pironi terminou a sua carreira num chassis de alumínio. John Watson, no seu McLaren MP4, "sacudiu o pó" após um acidente onde o seu carro partiu em dois, porque o seu chassis era em fibra de carbono...
Talvez porque passei tempos difíceis a nível pessoal, identifico-me com a luta de Lauda. Lutar pela vida, dia após dia, naquela cama de hoispital, lutar para demonstrar que mantinha-se como um ser normal, de usar o humor - muito caustico o dele, é verdade - como arma contra os que o viam como "coitadinho".
Contra os que o davam como "acabado" para a Formula 1 - como é tão fácil colocar o caixão à porta! - contra os que diziam que não ia mais vencer, não voltaria a ser campeão. Contrariou toda a gente e venceu mais dois títulos mundiais - e ainda teve o luxo de abandonar a competição por dois anos - tornando-se num dos grandes, um dos mitos da Formula 1. Não virou um mártir, como tantos outros, não foi "santificado" pelos fãs como Ayrton Senna, Jochen Rindt, ou o próprio Villeneuve, pode envelhecer e dizer os seus disparates, como tantos outros.
E viver o suficiente para ver Hollywood retratar a sua história no cinema.
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