Na semana em que vivemos a segunda bateria de testes da pré-temporada, no circuito de Barcelona, enquanto todos falavam sobre os problemas estruturais no Lotus E20, que os obrigaram a abandonar permaturamente estes testes, passou despercebido a noticia de que a Williams pediu ao austriaco Alexander Wurz, ex-piloto da equipa e com imensa experiência como piloto de testes, para arranjasse algum tempo na sua agenda como piloto oficial da Toyota na Endurance e agisse como conselheiro para os pilotos da equipa, Bruno Senna e Pastor Maldonado, bem como o finlandês Valteri Bottas, campeão da GP3 em 2011 e do qual a equipa deposita imensas esperanças no seu talento.
Wurz, atualmente com 38 anos, pode não ter grande palmarés na Formula 1 - três terceiros lugares, uma volta mais rápida e 45 pontos - mas tem imensa experiência como piloto de testes. Primeiro na McLaren, onde ficou de 2000 a 2005, e depois na Williams, Honda e Brawn GP, antes de ir mostrar o seu talento na equipa oficial da Peugeot na Le Mans Series, onde em 2009 venceu as 24 Horas de Le Mans pela segunda vez na sua carreira, treze anos depois da primeira vez, quando tinha apenas 22 anos.
Aparentemente, não deveria ser nada demais, mas o sinal de alarme foi dado ontem pelo Luis Fernando Ramos, o Ico. No seu artigo de ontem para a Total Race, alertou: "O novo modelo tem se mostrado lento demais nos testes. Mais do que nunca, a opinião de alguém experiente será fundamental para salvar um ano importantíssimo para a Williams. Ainda mais de alguém que conhece muito bem os engenheiros do time e a maneira com que eles trabalham."
Esse alerta era uma coisa que não se quer ouvir agora. Não quando a equipa aposta todas as suas fichas neste chassis, agora que recuperaram a aliança com a Renault, que deu tantos resultados nos anos 80 e 90, dando cinco títulos mundiais de Construtores. Todos apostam - e desejam - que o FW34 seja um sucesso, capaz de dar a volta aos resultados cada vez mais modestos que a equipa tem vindo a ter, e as pessoas começam a fazer comparações com a Tyrrell, que teve uma longa decadência, culminada com a sua venda para a BAR, em 1998, e renomeada, fazendo desaparecer de vez a equipa do velho lenhador.
Este sinal de alerta acaba por ser, de uma certa forma, a consequência das escolhas da equipa no dinheiro em vez da experiência. É certo que os 50 milhões de Maldonado, mais os 10 ou 15 milhões de Senna sobrinho poderão fazer com que se viva mais desafogado em Grove, mas com a saída de Rubens Barrichello, perdem aquele capital de experiência que seria importante para desenvolver o carro. E numa era onde os testes são muito limitados, qualquer capital de experiência é importante. E ironicamente, Wurz é mais novo do que Barrichello...
Para piorar as coisas, isto surge numa altura em que uma das fontes de receita pode estar a vacilar. Na Venezuela, Hugo Chavez disse esta terça-feira que terá de ser novamente operado para "tratar de uma pequena lesão". As especulações são muitas, mas os detractores dizem que é a prova de que as noticias sobre o regresso do seu cancro eram verdadeiras. A mais de sete meses da sua eleição presidencial, marcadas para o dia 9 de outubro, muitos começam a acreditar que ele possa não estar vivo para ver esse dia chegar.
1 comentário:
Faz Muito sentido. O problema dos limitados testes atuais tambempode se refletir no inicio da temporada, e se a Williams não consegue arrancar bem terá que depender dos Bolívares e reais ainda mais. Pareçe uma bola e neve pra mim
Comparar com a Tyrrell? Por favor não, isso dá medo. A gente pode se consolar pensando em que a equipe de trove já esteve em situações bastante ruins, e sobreviveu.
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