Deste momento, muito se escreveu nestes últimos vinte anos. Nunca negarei que não sou fã de Michael Schumacher devido a este seu lado negro. Tudo aquilo que alcançou posteriormente demonstrou que ele é um dos melhores pilotos de sempre do automobilismo, e do qual merece todo o nosso respeito. Mas sei perfeitamente que outros pilotos consagrados têm os seus lados negros: Alain Prost fechou Ayrton Senna em 1989, Senna abalroou Prost no ano seguinte, e ambos continuam a ser respeitados e admirados.
Contudo, a ideia de que Schumacher usava de todas as táticas para vencer passou na cabeça de muita gente, e ainda por cima, sendo alemão e a má reputação dos alemães, não ajudou muito, para além da sua atitude. A sua primeira decisão polémica separou águas: os que gostam de Schumacher e os que odeiam. Três anos depois, quando tentou em Jerez de la Frontera a mesma gracinha com Jacques Villeneuve, e a FIA o puniu, desclassificando-o, houve uma sensação de justiça por aquilo que tinha feito em Adelaide.
Foi o final polémico de uma das temporadas mais atribuladas da história da Formula 1. Acidentes, mortes, desclassificações, ilegalidades, suspensões... tudo isso numa altura em que tivemos mais de 40 pilotos dentro de carros de Formula 1, equipas que lutaram para sobreviver e piloto de qualidade duvidosa ao lado de talentos.
E foi também nessa corrida que vimos embora alguns pilotos lendários, como Michele Alboreto, ou vimos outros pilotos a mudarem de oceano, como Christian Fittipaldi. Nigel Mansell venceu pela última vez na Formula 1 e a Lotus fez aqui a sua última corrida na encarnação começada por Colin Chapman. De uma certa maneira, aquela corrida de Adelaide tornou-se no final de uma era na Formula 1.
1 comentário:
Sabe... Acho que sou fã do Schumacher por este lado negro.
A prova que pilotos campeões são humanos está na capacidade de fazer o que for preciso para se manter ou se tornar campeão.
Este cara é o supra sumo disto.
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