Circuito de Barcelona, 1996. Debaixo de chuva inclemente, naquele dia 2 de junho, Michael Schumacher dominou tudo e todos numa demonstração de superioridade única, dando à Ferrari a primeira das suas vitórias ao serviço da Scuderia. A sua vitória não teve contestação, dando uma vantagem de 45 segundos sobre o Benetton de Jean Alesi e 48 sobre o Williams de Jacques Villeneuve, mas a maneira como ganhou fez lembrar aquilo que onze anos antes tinha conseguido Ayrton Senna no seu Lotus-Renault, no Estoril.
A sua chegada á Ferrari, depois de dois anos vitoriosos na Benetton, parecia ser um recuo, o famoso "ir de cavalo para burro", mas em Maranello, achavam que era o salvador da pátria, numa equipa que nada ganhava desde 1979, com Jody Scheckter. Em Barcelona, tinham passado seis corridas e Schumacher já tinha subido ao pódio por três vezes. Porém, o seu rival, Damon Hill, tinha já vencido quatro das seis primeiras corridas do ano e já liderava destacado.
Aquela corrida de Barcelona demonstrou outra coisa, que mesmo com um carro inferior, se tivesse talento, poderia conseguir vencer. E com aquele carro sofrivel - o Ferrari F310 não era o melhor chassis do pelotão - ele foi capaz de conseguir três vitórias e o terceiro lugar no campeonato de pilotos. de uma certa forma, faz lembrar a temporada de 1993, quando Ayrton Senna, com o sofrivel McLaren MP4-8, conseguiu cinco corridas e acabou vice-campeão.
Em retrospectiva, das 91 vitórias que o alemão conseguiu nos quase vinte anos de carreira, esta é para mim, e sem qualquer dúvida, a mais poderosa de todas. Uma vitória como Senna conseguiu por algumas vezes na sua carreira, como no Estoril e em Donington. E é por causa de um momento como este que demonstra que foi um dos melhores de sempre: é nos momentos dificeis que se demonstra o nosso melhor.
E como sabemos que ele vive um momento dificil, só poderemos desejar o melhor. Feliz Aniversário, Michael!
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