sábado, 31 de outubro de 2015

Os dias agitados da Manor

A noticia da demissão de Graeme Lowndon e John Booth dos seus cargos na Manor apanhou toda a gente desprevenida, mas aparentemente, foi o culminar de divergências entre os chefes da equipa e o seu financiador/salvador em relação aos rumos para o futuro da equipa nos próximos anos. Pelo menos, é o que revela hoje o site motorsport.com.

Ali, fala-se que as divergências já eram conhecidas desde há algum tempo, e uma das novidades era que Fitzpatrick queria ter um motor a meio da temporada, que seria a Renault. Algo que ambos contestaram, porque quebrar contratos a meio do ano era algo do qual não faz parte da sua politica. Para piorar as coisas, a equipa teve duas ofertas de aquisição a meio do ano, quer por parte de Tavo Helmund, quer por outro consórcio do Extremo Oriente. Ambas foram rechaçadas por Fitzpatrick e o seu sócio, Abdulla Bolsien, e pelos vistos, estes subestimaram o poder e a politica dentro da Formula 1, pois são bem menos experientes do que Booth e Lowndon. 

Eles entraram por algo bem tentador: 150 milhões de dólares. É isso que vão receber nas próximas três temporadas, caso se mantenham na Formula 1 no décimo posto, sem alterações. Apesar da Haas entrar em 2016, só em 2018 é que receberá o dinheiro proveniente de Bernie Ecclestone. E para sairem da administração, até pagaram bem pouco: meio milhão de libras. Ecclestone sabe disso e esteve atento nos primeiros tempos para saber como é que se comportariam, e detestou a sua postura em Melbourne e Sepang, onde no primeiro caso, eles acabaram por não alinhar porque não conseguiram fazer funcionar os motores Ferrari de 2014. Quando soube do que aconteceu, avisou firmemente que tal atitude não iria ser mais tolerada da sua parte.

Para piorar as coisas, Booth e Lowndon tinham uma legião de empregados leais atrás deles, que o apoiaram nos momentos difíceis da equipa, após a falência da Marussia. Muitos chegaram a sair para trabalhar noutros lados, mas quando se soube da aprovação do negócio, no inicio do ano, acabaram por regressar a Banburry. Agora, receia-se que esses mesmos técnicos saiam (a Autosport britânica noticia esta tarde que Bob Bell saiu da equipa após cinco meses de trabalho), logo, os receios de nova debandada são reais, e ter isso numa altura bem importante do campeonato não é saudável.

Em suma, a grande ironia é que tudo isto acontece quando a equipa tem por fim elementos que o podem colocar no meio do pelotão, como o motor, a caixa de velocidades, e provavelmente, o novo chassis, que está a ser desenhado por John McQuillam, ex-Jordan e ex-Williams. 

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