No final de 1977, boa parte da Itália detestava Niki Lauda. Campeão do mundo pela segunda vez, decidiu que era altura de cortar os laços com Maranello, a equipa que lhe deu, quatro anos antes, a chance que queria para demonstrar o seu talento. E pagar as suas dividas...
Contudo, Lauda nunca perdoou a atitude que muitos tiveram na Ferrari quando no final do ano anterior desistiu voluntariamente no inicio do GP do Japão, abdicando de alcançar o segundo título mundial. Tendo passado por um acidente grave em Nurburgring, com sequelas no seu rosto, esperava-se que vencesse o campeonato e mais nada. Enzo Ferrari acedeu, mas Lauda sentiu que não tinha sido apoiado como devia.
Em 1977, foi suficientemente pragmático para alcançar o campeonato no GP dos Estados Unidos, a três corridas do final. Mas bem antes, durante esse verão, começou a negociar com Bernie Ecclestone um contrato milionário para a Brabham. Daí os tais números que estão em cima, que faziam dele o mais bem pago do pelotão (embora se dissesse que foi o primeiro piloto a ter um salário de um milhão de dólares...). O contrato foi feito sem que ninguém soubesse, nem mesmo Enzo Ferrari.
Quando se soube, a imprensa especializada entrou em choque, e foi Lauda que deu a noticia ao Comeendatore, em Maranello, por volta da hora do almoço. Ferrari, chocado, gritou o tal "Ebreo!" (italiano para judeu) pois reconheceu que tinha sido passado à perna. Depois disso, a relação não foi mais a mesma e Lauda até saiu mais cedo da equipa, sendo substituido no GP do Canadá pelo canadiano Gilles Villeneuve.
De facto, a Parmalat tinha bolsos fundos para pagar o salário a Lauda (daí a vaca leiteira), só que os motores Alfa Romeo não eram propriamente os mais fiáveis, apesar de ter ganho duas corridas em 1978 e ter sido o quarto classificado na geral. Mas em 1979, as coisas foram infernais, e no final desse ano, cansado de correr, abandonou a Formula 1.
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