sexta-feira, 29 de julho de 2016

Noticias: Grupo de Estratégia adia entrada do "halo" em 2017

A FIA e o Grupo de Estratégia estiveram reunidos nesta quinta-feira e tomaram algumas decisões interessantes em relação às segurança e às comunicações, e algumas foram algo surpreendentes. Primeiro, decidiram que o "halo", o sistema de segurança que visa proteger os pilotos de objetos, como pneus, foi adiada e já não vai ser introduzido em 2017. As comuncicações entre os pilotos, antes sujeitos a muitas restrições, foram liberalizadas, depois de alguns incidentes que levaram à penalização dos pilotos nas últimas corridas do campeonato. 

"Pessoalmente, não sou um grande fã do Halo. Acho uma solução deselegante para uma situação com a qual estamos tentando lidar", disse Christian Horner, chefe da Red Bull, ao Motorsport.com. "Prefiro ter mais tempo para fazer um trabalho de pesquisa em cima do assunto do que introduzir algo às pressas que pode gerar outras consequências. Não sou fã do Halo e das limitações que a peça possui", acrescentou.

Em relação às comunicações, O Grupo de Estretégia decidiu que estas iriam ser totalmente liberalizadas, com a excepção da volta de aquecimento. A medida será aplicada de imediato, no GP da Alemanha deste fim de semana. E para além disso, também decidiu o término dos limites da pista, que consideram ser de dificil julgamento a vantagem do piloto em sair desses limites.

Também foi aprovada a largada à chuva sem o Safety Car presente.

Em relação ao sistema "halo" de segurança, apesar dos louvores de alguns, houve quem considera a medida como um retrocesso. O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, afirmou que havia uma ideia de que existia uma mudança e que agora decidiram voltar atrás por motivos estéticos:

"Estou um pouco surpreso porque não parece claro o que queremos para o futuro", disse Vettel, na conferência de imprensa antes da corrida alemã. "Tivemos uma votação entre os pilotos e acho que 95 por cento eram a favor do Halo, então eu não sei por que, de repente, isso mudou", continuou.

"A maioria não gosta da aparência dele, mas acho que nada justifica a morte. Sempre aprendemos com os incidentes que aconteceram na pista e tentamos melhorar. Seria a primeira vez na história humana que nós aprendemos uma lição e não mudamos."

A GPDA (Grand Prix Drivers Association), na voz do seu presidente, Alexander Wurz, também pronunciou-se sobre o assunto, afirmando que estava interessada no desenvolvimento de uma proteção na cabeça do piloto e manifestou-se decepcionada com o resultado.

"Minha opinião pessoal é que o resultado Grupo de Estratégia de hoje, se ratificado pelo Conselho Mundial de Automobilismo da FIA, representa muito mais do que apenas um voto contra o Halo ou um atraso na introdução de proteção de cabeça", disse Wurz ao Motorsport.com.

"Esta decisão traz a Formula 1 para território desconhecido de muitas formas. Vamos aguardar o raciocínio ao redor disso, mas, por agora, isso pode ser visto quase como 'negócios em primeiro e segurança em segundo'", continuou.

"O Halo não é esteticamente bonito, mas experimentos científicos realizados por especialistas provaram que ele tem a capacidade de salvar vidas. Nas últimas apresentações dos especialistas de segurança da FIA, entendi que o sistema foi apresentado pronto para uso. Eu também entendi que os carros já estavam a ser projetados para o conceito do Halo."

"Além disso, ele seria naturalmente melhorado de forma contínua, e essas melhorias incluiriam considerações estéticas - incluindo o uso de melhores e mais avançadas tecnologias de materiais, para um conceito ainda mais eficiente. Então, levando todos esses fatores em consideração, é bastante surpreendente que a Formula 1 não adote o conceito do Halo para 2017. Espero que a decisão de hoje não seja aquela que um dia vamos todos nos arrepender amargamente", concluiu.

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