Depois de ontem termos visto a partida simbólica em Assuncion, a capital do Paraguai, hoje foi o primeiro dia a sério do Dakar, na etapa que ligou essa cidade e Resistência, já em terras argentinas. A etapa, de 454 quilómetros de comprimento - mas apenas 39 em classificativa cronometrada - fez com que nos carros, o melhor tenha sido Nasser Al-Attiyah... que depois de terminar a etapa, teve de ser rebocado, por causa de problemas no motor do seu Toyota.
“Rapidamente apanhei o Stéphane [Peterhansel]) mas a cerca de dez quilómetros da chegada, cheirou a fumo dentro do carro, do lado do assento de Matthieu [Baumel] e houve mesmo um pouco de fogo. Desacelerámos para chegar ao fim, e no final apagámos o fogo. Agora o Giniel [de Villiers] vai rebocar-nos, e vamos ver o que vamos fazer. Não sei o que aconteceu. Espero que o motor não tenha nada, porque vi que perdemos o óleo. Por isso, podia ter feito o melhor tempo, mas não me importo! O que me preocupa é resolver o problema no carro”, disse Attiyah, no final da etapa.
Apesar de tudo, Attiyah "arrasou", conseguindo 24 segundos de vantagem sobre o segundo classificado, o Ford Ranger do espanhol Xavi Pons. Nani Roma foi o terceiro, noutra Toyota Hilux, enquanto que Carlos Sainz foi o melhor dos Peugeot, sendo quarto classificado, a 36 segundos do líder. Sebastien Loeb foi o sexto - tendo entre eles o Toyota de Giniel de Villers - mas o francês não estava nada preocupado com a performance dos carros da sua marca, pois o rali ainda está no seu começo.
“A especial não era fácil para nós, o terreno era muito difícil, primeiro com zonas de muito fraca aderência, outras demasiado estreitas. Tentei ter um bom ritmo, mas sem exagerar. Nesta etapa a tração à quatro rodas eram muito melhores neste tipo de especial. Para além disso, o nosso carro é muito grande, e nada fácil de guiar nestas estradas. Estou um minuto atrás do Nasser, que estabeleceu uma boa diferença para todos, mas hei, é apenas o começo. O que evitei mesmo foi ficar atascado ou sair de pista, não queria mesmo correr riscos. Penso que a pista deve estar melhor para amanhã, então tudo está bem”, disse o francês.
Nas motos, a vitória na etapa calhou ao francês Xavier de Soultrait, com uma Yamaha inscrita na classe de Super Production, superando em dois segundos o Sherco do espanhol Juan Pedrero Garcia. Ricky Brabec foi o terceiro, enquanto que Hélder Rodrigues foi o melhor português, no quinto posto. Já Paulo Gonçalves atrasou-se, perdendo dois minutos e 29 segundos, caindo para o 37º lugar.
“Eu estive ao ataque durante a especial e andei seis ou sete quilómetros no pó do Ivan Jakes que acabou por me deixar passar o que foi bom.”, afirmou, no final da etapa.
O piloto francês não escondeu a sua satisfação ao afirmar que: “O piso estava um pouco mole e estes quilómetros iniciais da prova foram de pura velocidade. Vencer uma etapa do Dakar é incrível, mas o meu objetivo final é vencer o Dakar… e por que não este ano?“
O Dakar prossegue amanhã, na etapa entre Resistência e San Miguel de Tucuman, no total de 803 quilómetros, 275 dos quais em etapa cronometrada.
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