Foi duro, mas aconteceu. E foi mesmo em cima da meta. Thierry Neuville conseguiu apanhar Elfyn Evans e ser o vencedor do duro Rali da Argentina, sendo o primeiro vencedor a dobrar em termos de vitórias, depois de ter vencido na Volta à Córsega.
No fim do rali, um Neuville exausto, mas satisfeito, estava feliz com o que tinha conseguido. "Eu dei tudo, não tinha os melhores pneus, porque eu estava dando tudo com os anteriores. Mesmo que não tivessemos ganho, tínhamos dado o nosso melhor".
Do outro lado, Evans era a voz da desolação. "Eu me sinto desolado por ter perdido por uma margem tão fina. É difícil de aceitar, mas sei que podemos voltar mais fortes. Eu cometi um pequeno erro aqui, eu bati numa ponte a meio, e isso foi provavelmente a diferença [entre a vitória e a derrota]. Tive uma grande vantagem na sexta-feira, e eu preciso aprender com isso", comentou.
O último dia começou com a especial de El Condor - Copina, onde Neuville partiu ao ataque, mas o vencedor da 16ª especial foi... Ott Tanak. Conseguiu uma ventagem de 1,3 segundos sobre Thietty Neuville, mas o mais importante foi que Evans ficou atrás de si, a 3,8 segundos, e aproximou-se ainda mais, ficando a nove segundos exatos do piloto galês. E claro, Neuville estava confiante de que poderia apanhá-lo.
Mas foi na especial de Mina Clavero - Giulio Cesare, com mais de 22 quilómetros de diâmetro, que Neuville aplicou o seu ataque. Neuville ganhou a especial, com Evans a ser segundo, mas o belga conseguiu 8,4 segundos de vantagem, aproximando-se do piloto da Ford para uns meros... 0,6 segundos. Por esta altura, Evans queixava-se do carro, enquanto que o belga só esperava que na Power Stage, as coisas estivessem a seu favor para poder ser o vencedor.
E foi o que aconteceu. Mas foi por muito pouco. Em El Condor, a diferença entre ambos foi de 1,3 segundos, mas com o belga a ser melhor, ele conseguiu o que queria, na especial que importava. No final, foram 0,7 segundos, uma das diferenças mais baixas de sempre da história dos ralis, provavelmente apenas superado pela diferença entre Marcus Gronholm e Sebastien Loeb no Rali da Nova Zelândia de 2008, que foi de 0,2 segundos.
No lugar mais baixo do pódio, ficou o Ford de Ott Tanak, a quase 30 segundos do vencedor, e todos eles muito longe de Sebastien Ogier, o quarto, a um minuto e 24,7 segundos, num rali discreto para o piloto francês. Jari-Matti Latvala foi o quinto, a um minuto e 48 segundos, e o melhor dos Toyota.
A partir daqui, as diferenças são astronómicas, dada a dureza do rali argentino. Hayden Paddon foi o sexto, a quase oito minutos, enquanto que Juho Hannien foi o sétimo, a onze minutos e 16 segundos. Dani Sordo foi o oitavo, a 14 minutos e 44 segundos, com Mads Ostberg não muito longe, a 15 minutos e 11 segundos. Pontus Tidemand ficou com o último lugar pontuável, e foi o primeiro no WRC2, com o seu Skoda.
Após o rali da Argentina, Ogier continua a liderar, agora com 102 pontos, com Latvala em segundo com 84. Neuville é o terceiro, agora com 82 pontos, seguido por Ott tanak, com 66.
O WRC continua dentro de quatro semanas, entre os dias 18 e 21 de maio, em terras portuguesas.
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