Que agora há uma corrida para construir carros elétricos, é uma realidade. E o mais interessante no meio disto tudo é que a Tesla pode ser a máquina que puxa muitos para construirem os seus modelos, mas também mostra que há novos protagonistas nesta competição. E o maior deles é a China, que está a investir imenso para construir novas marcas e carros que sejam capazes de construir modelos e baterias suficientemente boas para prolongar a autonomia destes automóveis.
Mas nem tudo são rosas. Se a NIO (ex-Nextev) pode anunciar que conseguiu angariar mil milhões de dólares para construir um modelo SUV para a China, e a Xiaopeng Motors decidiu também fazer um modelo usando as patentes libertadas pela Tesla em 2014, já a Faraday Future está na mó de baixo, depois de ver vários executivos de topo abandonarem a empresa, incapazes de resolver os problemas.
Primeiro, a Xiaopeng. Quando em 2014, Elon Musk decidiu liberalizar as patentes que permitiram construir os modelos da Tesla - Roadster, S, e e agora o Model 3 - a ideia era de que aparecessem novas marcas como cogumelos um pouco por todo o mundo. Demorou um pouco, mas a China, com reputação de construir modelos que imitam as outras marcas, mostrou a primeira que usa toda a tecnologia construída e desenvolvida pela construtora americana. Trata-se da Xiaopeng Motors, que decidiu construir um SUV, recorrendo a alguma da tecnologia das patentes colocadas em open source. Contudo, os responsáveis da Xiaopeng não revelam quais.
Sem contar com a secção dianteira, o Xiaopeng modelo beta tem um design bastante convencional. Em termos de performances, a marca chinesa anuncia uma autonomia de 300 km, com uma versão de motor e tração dianteira, e outra com um motor para cada eixo e tração integral, capaz de atingir os 100 quilómetros por hora em 5,8 segundos. A Xiaopeng espera ter o modelo disponível em 2019.
Ao mesmo tempo, também na China, a NIO anunciou que conseguiu juntar mil milhões de dólares vindos de fundos financeiros como a americana Lone Pine Capital e a chinesa CITC capital. Para além disso, a Tencent, que tem uma participação minoritária na marca, também está a investir na startup. E também já disse que iria fazer um SUV em 2018, o ES8, para além de construir dez cópias do seu supercarro, o EP9, e aumentar o seu investimento na Formula E, onde tem a sua própria equipa.
Enquanto que as coisas parecem que estão de vento em popa em paragens chinesas, noutros lados, as coisas não andam lá muito bem. Toda a gente sabe que as coisas na Faraday Future não andam bem, apesar de terem mostrado um carro no inicio do ano em Los Angeles, o FF91. Esta semana, soube-se que o seu diretor financeiro, o alemão Stefan Krause, que esteve na BMW, abandonou a marca depois de sete meses de trabalho. Contudo, a marca disse que o abandono seria efetivo no final do mês de novembro, só que na realidade, Krause não trabalha na Faraday Future... desde o dia 14 de outubro.
Krause estava na marca desde março e o seu objetivo era de angariar capital para fazer avançar o seu projeto. A ideia seria de arranjar até mil milhões de dólares, mas muitos dos potenciais investidores queriam que isso implicasse a saída de Jia Yueting, o homem por trás da marca. Contudo, tal foi recusado e os objetivos não foram alcançados.
Assim sendo, Krause e mais alguns executivos de topo decidiram abandonar a marca, numa altura em que circularam bastante durante o verão rumores de um eventual pedido de falência, especialmente nos meio de comunicação chineses. Segundo se fala, o plano de recuperação e proteção de credores - o famoso Capitulo 11 - fala de 150 milhões de dólares vindos de novos investidores para fazer andar a companhia, mais 130 milhões para pagar aos credores, em troca de assumirem o controlo da marca.
Uma coisa é certa: eles já abandonaram os seus planos de construírem uma fábrica no Nevada, um projeto de mil milhões de dólares, e um tribunal chinês congelou 182 milhões de dólares em ações por parte de Jia, depois de falhar vários pagamentos de empréstimos pedidos por ele para fazer avançar o projeto da Faraday.
É verdade que a Tesla já está muito à frente, e o Modelo 3 poderá ser a marca que poderá mudar o panorama dos carros elétricos em todo o mundo. E as restantes marcas querem já avançar para esse mercado emergente, especialmente a China, que quer ser um ator importante no setor automóvel. E se conseguir aproveitar a nova onda elétrica, poderá superar Estados Unidos e Europa nesse quesito.
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