Os ralis são uma disciplina do automobilismo única, pois coloca os pilotos contra o tempo, dos quais o melhor sai recompensado. Contudo, o formato dos ralis está sempre a mudar, e depois de alguns anos em que os organizadores começaram a colocar classificativas mais longas, com 30, 40 ou mais de 50 quilómetros, com a benção da FIA, agora esta quer diminuir as distâncias, em nome do espectáculo. Jarmo Mahonen, o representante da FIA no WRC, disse recentemente que se deveria reformular as classificativas nos ralis, reduzindo-as para algo à volta dos dez quilómetros de média.
“Lamento dizer isto, mas no Reino Unido quanto tempo devemos permitir que os eventos ditem o formato? Em Gales tivemos um dia de 140 quilómetros e muito tempo sem assistência – e no primeiro dia não houve assistência de todo. Compreendo totalmente a razão por detrás disto, Gales entra com dinheiro. Mas o que devemos fazer? Devemos apenas aceitar isto?”, começou por dizer Mahonen em declarações ao site motorsport.com.
Ele considera que a liberdade que foi dada aos organizadores não funciona, pois este tipo de classificativas acabam por aborrecer o espectador. “Em alguns casos funciona, noutros casos não, mas precisamos de padronização nos ralis. Os meus pensamentos pessoais sobre isto são ter mais especiais de 10 quilómetros. Então tens muitas classificativas a gerarem muitas notícias para as redes sociais”, concluiu.
Sobre isso, Sebastien Ogier, o penta-campeão do mundo do WRC, afirmou que é fã das distâncias longas nos ralis, mas entende as criticas da Mahonen por as considerar como aborrecidas para os fãs que as seguem nas redes sociais.
"Diferentes classificativas fazem tanto parte do ‘ADN’ dos ralis como as classificativas longas", começou por dizer Ogier ao site rally-magazin.de. "Pessoalmente gosto de maiores distâncias e adapto-me sempre muito bem, começando com a escolha de pneus e com o ritmo adequado. No entanto, percebo a abordagem de não precisarmos de especiais de 80 quilómetros ou de mais de 50 quilómetros. Como só tens uma mensagem por dia, isso já não resulta, especialmente nas redes sociais. Torna-se aborrecido rapidamente, talvez ninguém se afaste mas de certeza que não se encontram novas perspectivas”, concluiu.
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