segunda-feira, 1 de julho de 2019

Os dias contados de Pierre Gasly?

Num GP da Áustria onde não desistiu ninguém e onde Max Verstappen quebrou o domínio dos Mercedes, depois de uma cavalgada final que o levou à liderança a três voltas do fim, o sétimo posto de Pierre Gasly, companheiro de equipa do holandês, parece ter sido algo a estragar o dia perfeito da Red Bull. E não é a primeira vez que isso acontece: as constantes decepções do piloto francês, que leva duas voltas mais rápidas nesta temporada já fizeram perder a paciência a Helmut Marko.

Não é fácil ser companheiro de equipa do Max Verstappen, porque ele é um talento excecional”, começou por dizer Marko à agência de notícias APA. “Mas os resultados e a velocidade do Gasly são inaceitáveis. Nos últimos dois fins-de-semana, no Canadá e em França ele foi muito pior que o esperado. A diferença entre o Max [Verstappen] e o Pierre [Gasly] é demasiado grande”, continuou.

De facto, Marko tem razão: não é fácil ser companheiro de equipa de Max Verstappen. Desde que Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo saíram da Red Bull, em 2014 e 2018, respectivamente, apenas o piloto holandês conseguiu dar alegrias à marca dos energéticos. Agora com seis triunfos, o filho de Jos Verstappen é um fenómeno tal que é graças a ele que o GP da Holanda está de volta, após 35 anos de ausência. E foi um pouco por isso que o piloto australiano - que faz hoje 30 anos de idade - foi para a Renault. 

Mas quanto a Gasly, que tem 23 anos, o seu melhor resultado foi quando... guiava para a Toro Rosso, com o quarto posto no GP do Bahrein de 2018, um resultado que apenas Max Verstappen conseguiu, e ambos foram piores que Sebastian Vettel, com a sua vitória em Monza, há dez anos. Este ano, a adaptação de Gasly à Red Bull tem sido irregular. Não só é batido constantemente por Max como também é uma espécie de "elo fraco" das três grandes equipas, Mercedes, Ferrari e Red Bull. Já esteve de fora da Q2 na Austrália, e fora da Q3 em mais algumas corridas. E nessas, até esteve atrás dos pilotos da Toro Rosso como o anglo-tailandês Alexander Albon ou o russo Daniil Kvyat, sendo um deles um estreante. Tem duas voltas mais rápidas e apenas duas ocasiões em que ficou fora dos pontos, mas os seus resultados são decepcionantes. Não tem pódios, nem se aproximou de um: o seu melhor resultado foi um quinto posto no Mónaco.

Marko, na sua maneira de pensar, quer submetê-los à pressão logo de imediato, para mostrar do que são feitos. Nem todos são Verstappen, que venceu logo na sua primeira corrida, o GP de Espanha de 2016, basicamente "dinamitando" os críticos, que acharam o rebaixamento de Daniil Kyvat para a Toro Rosso, depois de quatro corridas daquela temporada, demasiado cedo. Agora tem aguentado um pouco mais porque esta é a primeira temporada de Gasly na Red Bull, mas quando se diz que deu ao francês três corridas para mostrar o que vale, parece que as coisas estão mais complicadas do que se esperava. E quando na classificação geral, Daniil Kvyat tem dez pontos e Alexander Albon sete, apesar de estarem numa máquina que é a Toro Rosso, não se pode menosprezar estes pilotos. 

Em suma, Gasly está a sentir na pele como são as coisas na Red Bull: um lugar de sonho que velozmente se pode tornar num pesadelo.

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