sábado, 22 de fevereiro de 2020

A caminho da catástrofe? Ou todos se escondem nos testes?

Esta sexta-feira, Sebastian Vettel ficou parado devido a problemas de motor. Mas isso foi o mais recente dos problemas que a equipa de Maranello passou, e o próprio Mattia Binotto admite que as coisas não estão a correr muito bem. E estamos apenas nos primeiros dias dos testes colectivos.

Não estou tão otimista como estava no ano passado. Neste momento, acredito que os outros estão mais rápidos do que nós. Será causa para alguma preocupação? Sim. Especialmente quando não somos tão rápidos como queríamos.”, começou por dizer, no final desta sexta-feira.

Estes dias têm sido importantes para recolher dados e para percebermos tudo, mas mais importante ainda, é levar o desenvolvimento do carro na direção certa.”, concluiu.

Os tempos não são grande coisa, estão até a três segundos dos da Mercedes. E com isto tudo, começa-se a pensar em alguns dos rumores que surgiram no mês passado, em alguns sites italianos, quando o SF1000 começava a ter problemas em termos de downforce, problemas tão graves em termos de dados de túnel de vento não seriam os melhores, que muitos se preocupavam sobre se eles teriam ou não um carro competitivo em 2020.

Contudo, os tempos tem de ser vistos com cepticismo pela concorrência. A Mercedes, por exemplo, está a ver estas declarações como "uma boa estratégia de relações públicas" segundo conta Joe Saward na sua coluna. E é isso mesmo que deveremos ver estes testes colectivos: todos escondem o jogo, para o bem e para o mal. E pessoalmente, recordo sempre de uma história de 1992, quando a Ferrari batia recordes de volta atrás de recordes de volta em diversos circuitos, no inverno, e depois vimos que o chassis F92 tornou-se num dos piores da história da Scuderia.

Que todos os carros são fiáveis, isso já sabemos desde há muito, e este ano, mais fiáveis estão ainda. Para terem uma ideia, oito dos pilotos que andaram em pista fizeram mais de 200 voltas em três dias. Contudo, se todos andam a esconder o jogo... então, temos de entender que a Mercedes também pode estar a fazer isso, apesar da conversa sobre o DAS, o sistema que permite a regulagem dos pneus na travagem e nas curvas.

Assim sendo, o que poderemos pensar disto tudo? Nada. Nos testes, raros são as chances dos pilotos acelerarem a fundo, para voltas qualificativas, ou seja, o contrário que vemos nas sessões de sábado. E os testes são mais sessões de sexta-feira, onde todos andam a ver que componentes funcionam melhor, se o carro tem o seu devido "downforce". Ou seja, só em Melbourne é que veremos realmente o que as equipas valem. E ainda acredito que vai ficar tudo na mesma, com a Mercedes a dominar, Ferrari e Red Bull a irem atrás e um meio do pelotão muito competitivo.

Não acreditem em tudo o que dizem. Deixem-os testar e esperem por Melbourne.

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