domingo, 5 de dezembro de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 22, Jeddah (Corrida)


O ambiente estava quente... em todos os sentidos, naquela parte do mundo. Não é a temperatura do ar - quase 30ºC em dezembro - como também temos o duelo entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, que está bem quente, e o acidente de ontem do neerlandês da Red Bull mandou bons sinais para os adeptos do britânico da Mercedes, mas também porque os pilotos e o resto do mundo descobriu que Jeddah é veloz... e estreita. E bem perigosa. 

Antes desta corrida, a prova de Formula 2 acabou prematuramente quando houve dois acidentes feios entre pilotos, o pior dos quais na partida, quando o carro do francês Theo Pouchaire ficou parado na grelha e foi atingido fortemente pelo carro de Enzo Fittipaldi, um os netos do Emerson Fittipaldi. Transportado de helicóptero, descobriu-se que tinha um tornozelo fraturado, tudo depois de sobreviver a um impacto de 72 G's, o que não é nada leve.

Caída a noite em Jeddah, a ansiedade aumentava no paddock, do qual a homenagem a Sir Frank Williams não conseguia acalmar. O receio de uma corrida atribulada que poderia acabar na primeira chicane, ainda por cima com os Mercedes na primeira fila e Max logo atrás, era bem real. Os minutos passavam ansiosamente e todos queriam que isto passasse logo, para as luzes se apagassem e a corrida arrancasse.


Na largada, todos saíram tranquilamente. Hamilton e Bottas ficaram com os dois primeiros, enquanto Verstappen manteve o terceiro, na frente de Leclerc. As coisas andaram assim nas primeiras voltas, com o britânico a tentar afastar-se do pelotão, para ter vantagem sobre Max. Este tentava andar ao ritmo dos Mercedes, mas ele não conseguia os aproximar, porque no final da volta cinco, tinha uma vantagem de 2,5 segundos. Os três vão se embora sobre o resto do pelotão, pois Leclerc já tinha um atraso de sete segundos, tentando tapar Sergio Perez, o quinto.

Passadas as primeiras voltas tensas, caia a corrida para um aborrecimento, apesar de algumas trocas de posições. Mas na volta 10, o primeiro acidente da corrida, quando Mick Schumacher bateru fortemente com o seu Haas, causando a primeira entrada do Safety Car. 


Com isso, boa parte do pelotão para para trocar de pneus, com boa parte deles a trocar para duros. E dos da frente, o único que não parou era Max, que tinha uma estratégia diferente. Todos os outros, desde os Mercedes até ao Ferrari de Charles Leclerc, antecipavam a sua estratégia de paragens nas boxes. Mas com o passar dos minutos, descobriu-se que as barreiras de proteção não estavam intactas, e no final da volta 14, a bandeira vermelha foi agitada.

E nesse momento, o mundo afirmou que a Red Bull jogou de forma genial. Não necessariamente, havia este risco. Mas de repente, Max poderia trocar de pneus sem problemas e manter a liderança, na frente dos Mercedes. E a chance do "match point" para o neerlandês aumentava imenso.


A partida repete-se de novo na grelha, desta vez com Max na frente dos Mercedes. O nervosismo voltava a todos por causa da confusão normal nestas situações. E em poucos segundos... tinham razão. Hamilton tentou ser mais veloz que Max, ele ficou na frente, mas o neerlandês chegou a ir pela escapatória para tentar manter a posição. Mas atrás, Perez era ensanduichado entre o Alpha Tauri de Pierre Gasly e o Ferrari de Charles Leclerc. Atrás, Geroge Russell levava uma forte batida de traseira por parte de Nikita Mazepin, e tudo isto levava para nova amostragem de bandeira vermelha, a segunda da corrida. 

E para piorar as coisas, Hamilton tinha perdido tempo e caíra para terceiro com Esteban Ocon em P2. Max continuava no primeiro posto. As coisas para o britânico... por muito que tentasse, parecia que piorava. 

Contudo, quando as coisas estavam paradas, Michael Masi interere e negoceia uma penalização: Max largava da terceira posição, cedendo o lugar a Hamilton e Esteban Ocon, o primeiro. Ouvíamos tudo isso pela televisão, entre o diretor de corrida, Red Bull e Mercedes. E claro, muitos ficam espantados com isto tudo. Mas... esquecemos como foi em Interlagos, com a primeira tentativa do Hamilton sobre o Veratappen.


Mas na terceira largada, Max largou bem e os três carros ficaram lado a lado na primeira curva. Hamilton ficou ensanduichado, e sofreu toques, mas aparentemente estava bem. Max estava na frente, e o inglês ficou uma volta atrás de Ocon até o passar. 

Nas voltas seguintes, Hamilton fazia voltas mais rápidas de forma sucessiva, para tentar apanhar o piloto da Red Bull, apesar dos abrandamentos por causa dos acidentes de Yuki Tsunoda e Fernando Alonso, na volta 26. E novo VSC por causa dos destroços espalhados pela pista... Na frente, Max continuava a aguentar Hamilton e ambos se afastavam do resto do pelotão. Mas na volta 29, por causa dos muitos destroços na pista, o VSC teve de ficar mais tempo para que limpassem tudo para evitar novos incidentes. Somente na volta 33 é que a corrida recomeçou. Mas três voltas depois, novos destroços e novo VSC. Que durou uma volta. 

Depois disso, Hamilton atacou Max para o passar, e tentou por duas vezes, e o piloto da Red Bull. E a defesa do neerlandês foi tão agressiva que a Mercedes pediu penalização pelas suas manobras na pista. E a periculosidade era tal que todos temiam o pior. No final, acabou com a FIA a pedir a Max para que o deixasse passar, caso contrario, teria cinco segundos de penalização. 

E claro, depois disto, foi levar os carros até ao fim. Hamilton ganhou e o campeonato ficou empatado entre os dois primeiros: o inglês e o neerlandês tinham 369.5 pontos, mas quem tem vantagem é o piloto da Red Bull porque ele tem mais vitórias.

Em Abu Dhabi, tudo é possivel. Para o bem... e para o mal. Agora, faltam sete dias.

1 comentário:

Unknown disse...

Nem uma nota sobre o break test?
Ah, sobre os 10s por causa do mesmo.