O automobilismo na América do Sul sempre foi uma modalidade fascinante. As longas corridas de cidade para cidade, enormes "rally-raids" nos anos 30 e 40, que revelaram gente como Juan Manuel Fangio, deram depois da guerra nos Grandes Prémios que atraíram as grandes marcas que queriam correr especialmente no verão austral, especialmente janeiro e fevereiro.
A Argentina foi o grande lugar, com corridas em Buenos Aires e o lugar do primeiro Grande Prémio de Formula 1, em 1953 - e correram lá até 1960 - mas outros lugares também receberam gente como Stirling Moss, Phil Hill, Jean Behra, Peter Collins, correndo em carros como Mercedes, Porsche, Maserati, Gordini, entre outros.
E um desses outros lugares foi a Venezuela. Num circuito desenhado no meio da capital, Caracas, entre 1955 e 1957, houve um Grande Prémio que era muito longo com curvas muito acentuadas, o Circuito de los Proceres, onde quando não havia corridas, havia... desfiles militares.
Sim: como na Argentina, com Juan Domingo Perón, e em Cuba, com Fulgêncio Batista, a ideia e a sustentação do Grande Prémio foi ideia de Marcos Pérez Jiménez, o general-ditador que como Mussolini e Hitler, tinha um fascínio pela velocidade. Algumas das maiores autoestradas do país tiveram a sua cunha, e trazer os melhores pilotos do mundo não era complicado. E quando ele foi deposto, no início de 1958, acabaram-se as corridas naquela parte do mundo.
Mas se Cuba ficou marcado pelo rapto de Fangio pelos rebeldes, Caracas ficou marcado pela corrida de deu um prego no caixão da Maserati do automobilismo por muito tempo. Todos os seus carros ficaram destruídos e as finanças ressentiram-se amargamente.
O vídeo é um pouco grande, mas vale a pena. E muitos de vocês entendem o castelhano.
Para finalizar, agradeço ao Paulo Abreu por falar do vídeo, e mando daqui um beijo muito grande à minha venezuelana favorita, a Rocio (Serena) Navarrrete.
1 comentário:
Olá, muito interessante o video, quando tiver um tempo fale sobre o trambolim do diabo, veio gente muito boa correr aqui no brasil também, talvez se a pista fosse atualizada poderiamos ter uma Mônaco a brasileira ;).
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