Aconteceu neste final de semana em Laguna Seca. E só demonstra a fome que os pilotos têm de correr, mesmo numa idade avançada. Mário Andretti tem 82 anos, a sua última temporada na CART foi há quase 30, e chegou a pisar o pedal a fundo em 2003 em Indianápolis - e quase morreu de susto, com o acidente que teve.
Correu com o chassis bi-lugar até aos 80 anos e ele ainda está forte e lúcido, ao ponto de ter desejado correr num dos carros da atualidade. E falou com o Mr, Brown sobre o assunto, ao que ele... acedeu. Neste domingo, em Laguna Seca, Mário andou num MP4-29 de 2014, pintado com as cores de 2022, entre diversos carros da marca no qual foram dadas chances aos pilotos da IndyCar de experimentar. Por exemplo, Pato O'Ward foi andar no MP4/5 de 1990, guiado por Ayrton Senna na temporada do seu bicampeonato.
Andou calmamente pela pista, sem deixar cair o carro, deu umas voltas e no final, até disse: "Estou a arranjar pontos para a minha Super Licença!"
Assistir a Andretti pai, o patriarca de toda uma família automobilística, que andou ao lado de Jim Clark, Graham Hill, Emerson Fittipaldi, Ronnie Peterson, Carlos Reutemann, Gilles Villeneuve, Nigel Mansell, Nelson Piquet... a lista é imensa, andar num carro guiado por Lewis Hamilton e Jenson Buttom é algo de admiração. Fazer isto numa terceira idade - Stirling Moss desistiu de andar em exibições aos 80 anos, por exemplo - demonstra a boa forma e a lucidez de alguém, uma lenda viva do automobilismo americano e mundial, que foi campeão do mundo aos 38 anos, e deixou de correr a tempo inteiro aos 54.
E tudo isto no dia em que o Circuito das Américas anunciou que batizará uma das suas curvas com o seu nome, uma homenagem rara em vida à lenda. O seu nome ficará na curva 20, e a cerimónia acontecerá na quinta-feira, antes do fim de semana americano da Formula 1.
É algo digno de admiração. E os vídeos circulam por aí, vão lá assistir. É algo que sabemos que é precioso.
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