sábado, 22 de outubro de 2022

The End: Dietrich Mateschitz (1944-2022)


Dietrich Mateschitz, o fundador da Red Bull, morreu neste sábado aos 78 anos, na Áustria, confirmou a Speedweek, a revista ligada aos energéticos. Um dos fundadores da marca, em conjunto com o tailandês Chaleo Yoovidhya, que ajudou à expansão da marca para o resto do mundo, investindo muito no desporto, quer no automobilismo, quer no futebol, com clubes em Salzburgo, Leipzig e Bragança Paulista, Mateschitz estava doente desde há muito tempo, pois já não era visto em público, até pelos seus colaboradores mais chegados. 

A fortuna de Mateschitz está avaliada em 25,4 mil milhões de euros, e resta saber quem ficará com a sua parte da companhia, já que ele é dono de 49 por cento da Red Bull. 

De origem eslovena, Mateschitz nasceu a 20 de maio de 1944 em Sankt Marein im Mürztal, estudou na Vienna University of Economics and Business, onde se graduou em Marketing. Trabalhando pela Unilever, estava a trabalhar para a marca Blendax, uma pasta de dentes, quando chegou à Tailândia e conheceu a marca Krating Daeng, um preparado que os trabalhadores tomavam para combater a fadiga. Conheceu o seu fundador, Chaleo Yoovidhya, e juntos, em 1984, fundaram a Red Bull GmbH. Algum tempo depois, em 1987, lançou a marca na Áustria, e começou ali a sua campanha para a conquista mundial.

Ali, começou a apostar em realizações desportivas: futebol, automobilismo, ski e desportos radicais. No caso da Formula 1, começou com um patrocínio pessoal a Gerhard Berger, em 1988, para depois colocar o autocolante nos flancos da Sauber, em 1995, onde ficaram até 2003, altura em que tentaram comprar a equipa. Peter Sauber recusou, e a marca partiu para a fase seguinte, quando a Ford anunciou a sua venda da sua equipa de Formula 1, no final de 2004. 

Quando o negócio foi resolvido, contratou o escocês David Coulthard e o austríaco Christian Klien, mas sobretudo, colocou duas pessoas com experiência no automobilismo: o seu compatriota, Helmut Marko, ex-piloto de Formula 1 e empresário de pilotos, e o ex-piloto Christian Horner, britânico e então dono da Arden, na Formula 3000. Juntaram alguns bons engenheiros e pouco tempo depois, conseguiram a melhor contratação de todas: o britânico Adrian Newey, o projetista da Williams e McLaren, e que projetou carros como o Williams FW14 e o McLaren MP4/13.

Enquanto isso acontecia, Mateschitz adquiria no final de 2005 a Minardi, que o renomeou de Toro Rosso, com o objetivo de colocar os pilotos da Junior Team. A equipa ficou com a reputação de "queimar" os pilotos da Academia, mas até foi o primeiro a ter sucesso quando acertou com o alemão Sebastian Vettel, que deu a primeira vitória à marca em 2008, no GP de Itália. Pequeno detalhe: foi pela... Toro Rosso. Mas alguns meses depois, em Xangai, no GP da China, deu a primeira vitória à Red Bull. Nos anos seguintes, alcançou os títulos que tanto aspiravam, primeiro com Vettel, entre 2010 e 2013, e recentemente, com Max Verstappen, em 2021.

Mas para além do automobilismo, a Red Bull investia forte noutras modalidades. Desde o início que os desportos radicais estiveram no seu horizonte, mas foi no início da primeira década do século XXI que se meteu no futebol. Primeiro, ao comprar o SV Austria Salzburg, em 2005, no ano seguinte, o Metrostars de Nova Iorque, e em 2009, fundou o Red Bull Leipzig, que em oito anos, chegou à primeira divisão alemã. Para além disso, há o Red Bull Bragantino e tem interesses num clube de hóquei no gelo em Munique, e também é o dono do circuito de Speilberg, que o rebatizou de Red Bull Ring.

Mas Mateschitz ainda tem a paixão da aviação. Dono de um museu aéreo em Salzburgo, o Hangar-7, detém dezenas de aviões antigos, incluindo o avião pessoal do Marechal Tito, o líder da ex-Jugoslávia entre 1945 e 1980. Montou a Red Bull Air Race, o campeonato do mundo de competição aérea, que aconteceu entre 2003 e 2019. 

Mateschitz, apesar da fortuna e das implantações em várias áreas, era uma personagem notoriamente reservada, preferindo confiar a condução do dia-a-dia das suas atividades a gente como Helmut Marko e Christian Horner, no caso da Red Bull.

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