quarta-feira, 13 de março de 2024

As imagens do dia



Miura, Countach, Diablo? Sim.

Stratos, Montreal, X1/9? Também.

Mas também... Citroen BX, BMW Série 5, Audi 50 e o Renault 5 Turbo foram sua criação.

Muitos consideraram como o maior desenhista do século XX, a par de Giorgeto Giugiaro. Mas é a Marcello Gandini que dão esse título, porque foi ele que fez tantos carros que foram marcantes na história dos automóveis, desde 1970 até hoje. 

Nascido a 26 de agosto de 1938, filho de um maestro - e curiosamente, 19 dias depois do nascimento de Giugiaro! - em 1963 chegou à Bertone com o intuito de procurar um emprego. Nuccio Bertone até queria, mas Georgeto Giugiaro vetou-o. Somente dois anos depois, em 1965, que foi contratado por eles, com a saída de Giugiaro. E foi graças a ele que criou o "estilo Bertone", especialmente com os protótipos da Lamborghini.   

Mas foi com um Alfa Romeo que introduziu a sua primeira inovação: as portas-tesoura. Nomeadamente, o protótipo 33 Carabo, com o seu estilo em cunha, abriu portas à década seguinte e a carros como o Lamborghini Countach, que começou a ser produzido em 1973. Esse foi o primeiro carro de produção a tê-lo, e marcou uma era.

E por essa altura, já existiam outros carros inesquecíveis: o Miura, apresentado em 1967, e o Lancia Stratos, com motor Ferrari, que nessa altura, já se estreara nos ralis, preparando-se para ganhar corridas e campeonatos.

Até a Ferrari teve carros desenhados por Gandini. O modelo 308GT4 foi o primeiro com motor Dino de 8 cilindros, e pode não ter sido um dos mais memoráveis, mas ao menos ele pode afirmar que existe um Ferrari desenhado por ele nas estradas um pouco por todo o mundo. 

Em suma, os seus carros tornaram-se objetos de desejo. Preencheram as imaginações de milhões.  

Quando saiu da Bertone, em 1980, decidiu desenhar por conta própria, acabando com projetos para as grandes marcas europeias. Começou com o Citroen BX, continuando com o Renault 5 Turbo, e depois, com o 5 de segunda geração, o Maserati Quattroporte, todo um conjunto de carros que acabaram por chegar ao grande público, e em muitos aspectos, não deixaram de ser carros atraentes e desejáveis.

Mas apesar de tudo, não deixou de ser considerado como o homem que desenhou os Lamborghinis.        

Gandini morreu hoje, aos 85 anos. Ele pertence a partir agora à história, mas o seu génio vive para sempre enquanto existirem as suas criações. Ars longa, vita brevis.  

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