Esteticamente, poderá fazer lembrar o carro sem regras que o Adrian Newey desenhou há uns anos e apareceu no Gran Turismo, mas nas diversas formas, os fãs não disseram nada de bom sobe este dispositivo. Habituados às rodas descobertas, afirmam que, para além da feiura dos dispositivos, não sabendo, - ou querendo saber - que isto serve para um propósito bem mais prático: diminuir o "spray" para a atmosfera nas corridas com chuva.
Do que vi... acho que são provisórios. Tenho a certeza que mais experimentarão no futuro. Logo, não alinho nos que ululam que "é feio" ou "acaba com a imagem da Formula 1". Se tivéssemos de ouvir essa gente, então ainda estaríamos nos tempos dos charutos com motor à frente e capacetes de pele. Só porque tem uma "ideia romântica" da Formula 1. No fundo, no fundo, tem saudades das temporadas com cinco e seis pilotos mortos...
Colocadas essas considerações de lado, existe algo que é pertinente: a Formula 1, historicamente, corre à chuva. E depois dos eventos na Bélgica, em 2021, tem de fazer algo que permita salvar o espetáculo da competição. Cancelar corridas não é o caminho, e não fazer nada, largando-os na pista , tornou-se m algo demasiado perigoso. Especialmente em pistas como Spa-Francochamps ou Interlagos, pistas conhecidas por terem corridas à chuva.
Provavelmente este será mais um debate parecido com o do Halo. Lembro bem dos anos em que a discussão foi se deveria meter nos carros ou não, e como muitos acharam "um horror". Teve até aqueles que juraram não ver mais as corridas, caso metessem isso nos carros. Contudo, quando a lista de pilotos salvos por causa do Halo começou a ser conhecida - entre eles Charles Leclerc e Lewis Hamilton - e especialmente, Romain Grosjean, no GP de Shakir, em 2020, as pessoas começaram a aceitar o Halo como uma medida para salvar as vidas dos pilotos.
É o velho slogan do Fernando Pessoa, quando teve de criar uma para a Coca-Cola: primeiro estranha-se, depois entranha-se. Discutir por discutir não resolve o problema... isto, se quiser resolver. Porque, para mim, este "romantismo" é um pretexto para que não se faça nada.
Mas voltando ao principio: isto ainda é provisório. A certa altura, irão arranjar uma solução adequada.
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