E era esse o contraste: se em 1984 conseguira dez pódios, aqui... era zero.
Contudo, Ron Dennis não o queria deixar partir. Afinal de contas, tinha sido ele que trouxera para a sua equipa em 1982, tirando-o da retirada, onde tentava erguer a sua companhia aérea, Lauda Air, e logo, ter recomeçado a ganhar. Sete vitórias ao serviço da sua equipa tinha sido um esforço que tinha valido a pena. E com uma dupla imbatível, com Alain Prost a seu lado, a McLaren tinha regressado aos dias de glória.
Mas Lauda tinha pensado noutras coisas. Chegou a conversar com a Renault para uma possível entrada em 1985 ou 86, e houve um pré-contrato assinado, mas a "Regie" estava a virar um caos, e ele decidiu que não iria cumprir o contrato. Se calhar tinha visto que eles não iriam ficar por muito tempo na Formula 1, porque no final da temporada de 1985, decidiram retirar-se.
O anuncio da sua retirada, aos 36 anos de idade, aconteceu no fim de semana do seu GP caseiro, em Zeltweg. Dennis não estava muito feliz, mas ele decidiu dar uma última manifestação de velocidade. Tinha conseguido uma excelente terceira posição na grelha - a sua melhor na temporada e a melhor desde o seu regresso, em 1982 - sete décimos mais lento que Alain Prost, o "poleman", e na corrida, chegou a partir muito bem e a liderar nos primeiros metros, antes de uma carambola ter afetado os carros de Teo Fabi, Michele Alboreto e Elio de Angelis.
No recomeço, Prost, que tinha tido problemas no seu carro e trocado para o de reserva - na altura, isso era permitido - ficou na frente, com Keke Rosberg a ser segundo e Lauda em terceiro. O finlandês desiste na quarta volta por causa de um problema na pressão de óleo do seu motor Honda, aliviando o francês, que lá se manteve no comando até à volta 25, quando ele foi trocar de pneus e Lauda herdou o comando, para delírio dos locais. Agora mais descontraído, e sabendo que estava a correr "em casa" pela última vez, 14 anos depois da primeira, começou a andar bem, afastando-se do francês, até que na volta 39, o seu motor explodiu, deixando os locais desiludidos.
Mas não importava: ele já tinha conseguido o que queria, quando regressou à Formula 1. E tinha mais algumas corridas até ao final, ainda iria dar o seu melhor para mostrar que a sua má temporada era devido aos problemas do seu carro, não a uma qualquer falta de motivação.



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