segunda-feira, 7 de julho de 2008

GP Memória - França 1968

Em 1968, a Formula 1 chegava à sua metade, e se no inicio se pensava que seria um passeio no parque para Graham Hill e o seu Lotus 49, as coisas não se estavam a passar assim, pois Jackie Stewart, regressado depois de duas corridas de ausência devido a um acidente onde se lesionou no pulso, tinha ganho na Holanda e mostrava luta contra o Lotus de Hill e os McLaren do Bruce e do Denny...

O GP de França desse ano era no circuito de Rouen - Les Essarts, um circuito de estrada rápido, com "esses" a descer e um gancho um pouco apertado. Depois de uma experiência em Le Mans, no ano anterior, voltaram a Rouen, na politica de rotatividade entre dois circuitos então existente.

O pelotão da Formula 1 sofria algumas alterações em relação à corrida de Zandvoort, duas semanas antes. A Cooper contrata o inglês Vic Elford e o francês Johnny Servoz-Gavin, para substituirem Brian Redman (ainda a recuperar ods ferimentos nos 1000 km de Spa-Francochamps) e o italiano Ludovico Scarfiotti, morto um mês antes.


A Honda, por seu turno, estreia aqui em Rouen o RA301, aparentemente mais potente e refrigerado a ar, construido em magnésio, um material mais leve, mas volátil. John Surtees testara o carro, mas não quis correr com ele, afirmando que precisaria de mais testes. Como Sochiro Honda, fundador e patrão, estava em França para assistir à corrida, os responsáveis da marca pediram ao veterano Jo Schlesser, de 40 anos, para que o experimentasse. Schlesser conseguiu qualificá-lo no 16º posto.

Entretanto, nos treinos, os incidentes aconteciam. Jackie Oliver, o segundo piloto da Lotus, teve um forte embate contra um poste telegráfico, e o seu Lotus 49 ficou muito danificado, impedindo-o de correr. Quando foi a hora de definir a grelha, o melhor foi o Brabham do austriaco Jochen Rindt, que conseguia aqui a sua primeira-pole-position da sua carreira. Ao seu lado tinha o Matra de Jackie Stewart e o Ferrari de Jacky Ickx. Denny Hulme era o quarto, Chris Amon o quinto, Bruce McLaren o sexto, e Graham Hill era apenas o nono da grelha.

Na largada, corrida sob ligeira chuva, Ickx decidiu calçar pneus de chuva, enquanto que os outros corriam com pneus intermédios. Assim, o piloto belga terminava a primeira volta logo na liderança. A seguir a Ickx vinham Rindt, Stewart e Surtees, no seu velho Honda. Tudo corria bem até ao inicio da segunda volta, quando o Honda de Jo Schlesser chega à uma zona de curvas rápidas e a descer, chamada Six Fréres. Nessa zona, perde o controlo do seu carro, bate na mureta, e carregado de combustível, explode e arde até nada restar dele, e do seu piloto. Schlesser era o quarto piloto a morrer em três meses, depois de Jim Clark, Mike Spence e Ludovico Scarfiotti.



Indifierentes ao drama, os pilotos continuaram a correr, com Rindt a ter de ir à boxe devido a um furo causado por um pedaço do Honda de Schlesser. Stewart tomou conta do segundo lugar, mas foi ultrapassado pelo honda de Surtees, que por sua vez, foi ultrapassado pelo BRM do mexicano Pedro Rodriguez. Na volta 19, Ickx despista-se e cai para terceiro, ultrapassado por Rodriguez e Surtees, mas em pouco mais de duas voltas, regressa à liderança, para não mais a largar.

Na volta 53, Rodriguez parou nas boxes devido a um problema de caixa de velocidades, deixando Surtees à vontade na sua segunda posição, embora teve que mudar de óculos, pois estes ficaram lascados devido a um pedra atirada por um retardatário.

No final da corrida, Jacky Ickx, na sua nona corrida da carreira, vence o seu primeiro Grande Prémio, e é também o primeiro de um piloto belga na história da Formula 1. Surtees é segundo, no seu Honda, mas os responsáveis da marca ficaram chocados com o acidente mortal de Schlesser, e decidiram mais tarde retirar-se de competição. Stewart foi terceiro, e o Cooper de Vic Elford, com o seu quarto lugar, entra no restrito clube dos pilotos que pontuaram no seu primeiro Grande Prémio. Denny Hulme e o BRM privado de Piers Courage fecharam os lugares pontuáveis.

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