A Formula 1 teve nesse ano um intervalo de três semanas entre os Grandes Prémios inglês e alemão. Logo, as equipas decidiram aproveitar esse tempo para fazer um conjunto de testes, onde se experimentavam novas soluções, e viam-se novos talentos para o futuro. Foram o que fizeram Brabham e Williams, e neste último, um jovem de 23 anos, então o lider incontestado na Formula 3 britânica, tinha o seu primeiro contacto com a categoria máxima. Era Ayrton Senna.
Na Williams, as coisas eram ainda mais estranhas, não tanto pelo facto de testar dois italianos vindos também da formula 3, Ivan Capelli e Pierluigi Martini, mas o de permitir que um velhote de 54 anos desse umas voltas. Esse senhor era Strling Moss.
Mas, aparte os testes, a "silly season" ia alta, tal como o Verão. Rumores falavam que Patrick Tambay iria embora da Ferrari, para ser substituido pelo jovem talento italiano Michele Alboreto, então na Tyrrell, e que a Arrows iria ser a terceira equipa a ser fornecida pela BMW, depois da Brabham e da ATS.
Nos treinos, o melhor foram os Ferrari, com Tambay na frente, no mesmo local onde ganhara o seu primeiro Grande Prémio, um ano antes. Logo a seguir vinha o seu companheiro de equipa, René Arnoux. Na segunda fila estavam o Alfa Romeo de Andrea de Cesaris, que com o seu terceiro lugar na grelha, igualava o seu melhor resultado do ano com o que tinha alcançado na Belgica. Ao lado do italiano alinhava o Brabham-BMW de Nelson Piquet. Os Renault monopolizavam a terceira fila, com Alain Prost à frente de Eddie Cheever.
O melhor não-Turbo era o Toleman de Derek Warwick, no nono posto, logo seguido pelo seu companheiro, o italiano Bruno Giacomelli. Quem não se qualificava era, para surpresa de todos, o ATS do alemão Manfred Winkelhock, que com o seu motor BMW Turbo, certamente se esperava que fizesse muito melhor. o RAM de Kenny Acheson e o Osella de Corrado Fabi acompanharam-no nesta má sorte de não alinhar na corrida de domingo.
A corrida começou com Tambay e Arnoux na frente, mas logo após a terceira volta, Arnoux assegura a liderança, para não mais a largar até ao final da corrida. E se as coisas ficam resolvidas, pelo menos nos lugares da frente, mais atrás, houve luta. Primeiro, quando Tambay desiste à volta 11, De Cesaris assume o segundo lugar, mas perde-o com a subida de Piquet para esse posto. Um pouco atrás, Alain Prost não conseguia mais do que um quinto lugar, pois tinha sido ultrapassado pelo segundo Brabham, de Riccardo Patrese. Quando Arnoux vai às boxes reabastecer, Piquet assume provisóriamente a liderança, que depois entrega a Arnoux quando é a sua vez de reabastecer.
As coisas iriam ficar assim até perto, muito perto do final, quando a duas voltas do fim, o Brabham tem uma fuga de combustível, que causa um incêndio. E é assim que vê fugir preciosos seis pontos...
Com isto, vê o Alfa Romeo de Andrea de Cesaris a alcançar os seus primeiros pontos da temporada, e logo com uma subida ao pódio! A acompanhá-lo, irá o segundo Brabham-BMW de Riccardo Patrese, logo seguido pelo Renault de Alain Prost, que com o problema do seu rival, consegue três preciosos pontos para a luta pelo campeonato. Depois dele, vinham os dois McLaren, os primeiros carros não-Turbo, de Niki Lauda e John Watson. Só que o austríaco tinha feito uma manobra irregular nas boxes (fez marcha-atrás quando falhou a sua entrada), logo, os comissários não tiveram outra alternativa senão desclassificá-lo. Assim, Watson herdou o quinto lugar e o sexto posto ficou com o Williams de Jacques Laffite.
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