Hoje vou falar de mais um projecto não concretizado. Não porque o carro se revelara um fracasso, mas sim porque era demasiado perigoso para a concorrência, logo, a então FISA decidiu regulamentar que os carros de formula 1 devem ter quatro rodas, um motor e um volante, condenando assim este projecto para o museu.
Depois do projecto de Tyrrell P34 Six-Wheeler, concebido por Derek Gardner, onde tinha duas rodas à frente, e que rolou durante duas temporadas (1976-77), ganhando uma corrida na Suécia, através de Jody Scheckter, e do projecto menos bem sucedido do March 2-4-0, em 1977, os projectistas esquecerem-se durante uns tempos dos projectos com seis rodas. Isto é, até ao final de 1981.
Nessa altura, Frank Williams e Patrick Head procuravam desesperadamente por um motor Turbo que pudesse acompanhar os Ferrari e Renault, que começavam a ter carros mais potentes, e cada vez mais fiáveis. Das quinze provas nesse ano, cinco foram ganhas por motores Turbo. Nessa altura, Head foi a Maranello, para convencer Enzo Ferrari a ceder os seus motores para a sua equipa. Não conseguiu.
Sendo assim, a melhor coisa que poderiam fazer era melhorar na aerodinâmica. E aí se lembraram do projecto da March, que falhara devido aos constantes problemas na caixa de velocidades. Para melhorar as ocias, a aerodinâmica tinha evoluido bastante de 1977 até aí, devido ao efeito-solo. Como o FW07 tinha sido bem construido nesse aspecto, pois o fluxo de ar era estritamente para os eixos, e o proprio carro tinha uma distância entre eixos grande, colocaram o eixo extra, e trabalharam a caixa para poder resolver os problemas que tinham acontecido no projecto anterior.
No final de 1981, começaram os testes com o FW07, versão E. Primeiro foi Alan Jones, em Paul Ricard, onde verificou que o carro não patinava nas curvas e era um foguete nas rectas, sendo muito melhor do que a versão em quarto rodas. Apesar disso, o australiano estava determinado a terminar com a sua carreira de Formula 1 e regressar para a Austrália no final daquele ano. Assim, os testes passaram para o novo recruta da equipa, e sucessor de Jones, o finlandês Keke Rosberg.
Rosberg testou primeiro o FW07E em Paul Ricard, onde continuou a bater recordes atrás de recordes, não só nessa pista, mas também em Silverstone e em Croix-on-Trenois, uma pista estreita também em França.
Mais tarde, Williams apresenta o novo FW08, com seis rodas (mais tarde, seria chamado de FW08D "Six-Wheeler"), e Rosberg fez os testes, em Donington Park, onde aniquilou o record de pista. Vendo o perigo, a FISA reagiu, e decidiu modificar o regulamento, afirmando que a partir de 1983, os carros teriam obrigatóriamente dois eixos: um à frente e outro atrás. Foi o fim permaturo de máquina tão revolucionária...
Para saberem desta história, e muitos mais, podem ir ao blog F1 Nostalgia, do "soviético" Rianov Albinov.
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