quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O piloto do dia - Marc Surer

Este piloto foi a melhor coisa que a Suiça teve depois da geração de Jo Siffert e Clay Regazzoni. Não foi um piloto brilhante, mas arrancou exibições de qualidade, aliados a uma incrível vontade de triunfar na competição, que permitiram superar os mais momentos que passou ao longo da sua carreira, desde dois acidentes na Formula 1, até a um horrível acidente de Rally, que matou o seu navegador e que deixou com sequelas. Hoje em dia é comentador televisivo, dos melhores na sua área. No dia em que faz 57 anos, hoje falo de Marc Surer.


Nasceu a 18 de Setembro de 1951 na cidade suiça de Füllinsdorf, perto de Basileia, o jovem Surer cedo quis correr em automóveis, mas como a Suiça tinha banido as corridas de automóveis em 1955, depois do acidente de Le Mans, tinha que o fazer no vizinho mais a norte, a Alemanha. Em jovem, foi mecânico, e chegou a frequentar um curso superior de engenharia, mas quando a carreira profissional avançou, decidiu tornar-se profissional.


Em 1972, torna-se campeão suiço de Karting, categoria B, e no ano seguinte, torna-se terceiro classificado no Europeu. Em 1974, passa para os monopostos, guiando um Formula Super Vee, sendo vice-campeão no campeonato alemão. Em 75, é terceiro no Europeu, e faz a transição para a Formula 3, onde corre em 1976 nos campeonatos alemão e europeu, a bordo de um Chevron-BMW. Essa ligação com a marca bávara resulta nesse ano no vice-campeonato na Alemanha e o quinto lugar no Europeu. No final de 1976, o responsável pelo departamento de competição da BMW, Jochen Neesprach, recruta Surer para o BMW Júnior Team, uma equipa que juntava jovens talentos. Para além dele, vieram o alemão Manfred Winkelhock e o ítalo-americano Eddie Cheever.


Em 1977, a equipa júnior iria correr no Grupo 5 de turismos, ao volante de um BMW M3, e na Formula 2 europeia. Depois de um ano de adaptação, em 1978, o suíço torna-se vice-campeão europeu de Formula 2, batido largamente pelo italiano Bruno Giacomelli. Mas no ano seguinte, 1979, torna-se finalmente campeão europeu de Formula 2, após uma intensa luta com o irlandês Derek Daly, o inglês Brian Henton e o americano Eddie Cheever. Todos estes, excepto Henton, já tinham tido experiência de Formula 1.


E em breve, Surer iria experimentá-lo. A Ensign precisava desesperadamente de pilotos bons e baratos, ou então, que trouxessem dinheiro para pagar as despesas. Surer estreou-se em Monza, tentando qualificar o seu carro, mas não conseguiu. Depois de nova tentativa falhada, em Montreal, só conseguiu à terceira, em Watkins Glen, onde abandonou a corrida na volta 32, devido ao motor partido.


Isso foi o suficiente para conseguir um lugar para 1980, mas a bordo de outra equipa, a alemã ATS, do Gunther Schmidt. A temporada começa com um sétimo lugar na Argentina, mas nos treinos para o GP da Africa do Sul, em Kyalami, tem um acidente grave, no qual fractura ambos os tornozelos. Isso vai fazer com que falte três corridas, voltando na ronda francesa. Até ao final do ano, o melhor que conseguiu foi um oitavo lugar em Watkins Glen.


Em 1981, volta para a Ensign, onde consegue o seu primeiro brilharete no chuvoso GP do Brasil. Numa corrida marcada pela controversa decisão de Carlos Reutmann em não ceder às ordens de equipa para deixar passar Alan Jones para o primeiro lugar, Surer consegue levar o N180B, uma evolução do carro do ano anterior, a um espectacular quarto lugar, e fazendo a volta mais rápida! Depois disto, Surer consegue um sexto lugar no Mónaco, antes de ser substituído pelo chileno Eliseo Salazar.


Mas não fica apeado por muito tempo. No GP de França, é contratado pela Theodore para substituir o francês Patrick Tambay, que tinha ido para a Ligier. É um carro ainda pior do que o Ensign (dirá depois que foi o pior carro que conduziu), e o melhor que consegue é um oitavo lugar na Holanda, mas no final do campeonato, os quatro pontos alcançados dão-lhe o 16º posto. Mas no final do ano, tem outro desastre, de novo em Kyalami, onde tem novas lesões nas pernas.


Em 1982, transfere-se para a Arrows, que vai ser, em certa medida, a sua equipa para o resto da sua carreira na Formula 1. Ainda convalescente das lesões, só corre pela equipa na quinta etapa, em Zolder, mas consegue levar o carro por duas vezes aos pontos, com o melhor resultado um quinto lugar no Canadá. No total, terá três pontos, e conseguirá o 21º posto final.


Em 1983, é o primeiro piloto da marca, enquanto que conhece nesse ano três companheiros de equipa: o brasileiro Chico Serra, o australiano Alan Jones (em Long Beach) e o belga Thierry Boutsen. Tem um bom começo, ao pontuar em três das primeiras quatro corridas do campeonato, sendo o melhor um quinto lugar em Long Beach. Ainda tem boas prestações noutras corridas, mas não consegue chegar ao fim, especialmente no Mónaco, quando bate na Curva Ste. Devote no momento em que disputava o terceiro lugar com o Toleman de Derek Warwick… No final do ano, esses quatro pontos dão-lhe a 15ª posição final.


Em 1984, a Arrows consegue um acordo para correr com motores BMW, e como Surer tem ligações fortes à marca, fica na equipa para testar e adaptar o carro aos motores Turbo. Contudo, se esperava por bons resultados, isso não aconteceu, pois o melhor que ele conseguiu foi um sexto lugar na Áustria, pois esse motor, apesar de ser potente, não era fiável. No final, um ponto e o 20º lugar é o melhor que consegue.


Em 1985, Surer não tem volante na Formula 1, pois o seu lugar foi ocupado pelo jovem austríaco Gerhard Berger. E vai ser com ele e com o italiano Roberto Ravaglia, que vai disputar as 24 Horas de Spa-Francochamps com um BMW 635i, e vai ajudar a vencer a competição. Também disputa algumas provas de Sport-Protótipos, a bordo de um Porsche 962 da Kremer Racing, onde ganhará os 1000 km de Monza, ao lado de Manfred Winkelhock. É Surer que também estará na prova de Mosport, onde o alemão tem o seu acidente fatal, poucas voltas depois da troca de pilotos.


Nessa altura, já tinha voltado a ter um volante de Formula 1, como piloto da Brabham, que tinha motores BMW, em substituição do francês Francois Hesnaut. Sendo companheiro de Nelson Piquet, não podia esperar muito... mas também, não foi um ano excelente para a equipa. Contudo, Surer conseguiu igualar a sua melhor posição de sempre, ao ser quarto classificado em Monza. Por pouco não alcançou o pódio em Brands Hatch e Adelaide, mas desistiu nas duas ocasiões. No final do ano, consegue cinco pontos e o 13º lugar no campeonato.


Em 1986, volta à Arrows, desta vez ao lado de Thierry Boutsen, e de novo, um carro equipado com motores BMW. Até ao GP da Bélgica, o melhor que tinha conseguido tinham sido três nonos lugares. E então, vai correr o Rali do Hessen, uma prova a contar para o Europeu de Ralies, a bordo de um Ford RS200 do Grupo B. A bordo ia o seu navegador e amigo, Michel Wyder. Sendo um rali de asfalto, as classificativas providenciavam altas velocidades. E numa curva, perde o controlo do carro e bate contra uma árvore, incendiando-se. Wyder morre, e Surer tem graves ferimentos e queimaduras no corpo.


A sua carreira na Formula 1: 88 Grandes Premios, em oito temporadas (1979-86), uma volta mais rápida, 17 pontos.


Enquanto recuperava dos ferimentos, a BMW convida-o para ser instrutor de condução da marca. Ao mesmo tempo, começava a sua segunda vida, como comentarista de televisãono canal suiço DRS. Entre 1988 e 90, é o director desportivo da BMW para o campeonato alemão de Turismo DTM, e em 1994 e 95, repete o feito, mas no campeonato STW (Super Tourenwagen Cup). A partir de 1996, divide o tempo entre o cargo de instrutor-chefe da Formula Junior da BMW, e o de comentador na cadeia alemã DF1, para além de ter um programa de automobilismo na cadeia suiça SF2.


Entretanto, casa-se por duas vezes, em pouco tempo, com... duas Playboy Playmates! A sua segunda mulher, Christina Surer, casada entre 1997 e 2000, torna-se piloto de Turismos (compete este ano na Seat Leon Supercopa alemã) e comentadora de TV com algum sucesso.


Hoje em dia, é comentador no canal alemão Premiere, onde é louvado pelos seus comentários sérios e equilibrados, e é respeitado pelos profissionais de comunicação, que o vêm como uma espécie de “o melhor dos dois mundos”.


Fontes:

http://www.marcsurer.com/
http://en.wikipedia.org/wiki/Marc_Surer
http://www.grandprix.com/gpe/drv-surmar.html
http://sacovaziodegatos.blogspot.com/2006/05/marc-surer.html

2 comentários:

Raúl disse...

estos pilotos de 57 años o menos que siguen en activo hay q respetarlos a sus años hay tiene valor

Felipão disse...

Muito mais cmplicado para um suíço pilotar um F1 e um Grupo B, pela falta de automoblismo em seu país...

E que mel é esse??

Faturou duas coelhinhas???