domingo, 14 de setembro de 2008

Mudando de casa

De quando em quando na vida, por motivos profissionais ou pessoais, temos de mudar do sitio onde nos habituamos a chamar de casa. Mas quase sempre, a mudança é para melhor. E mesmo a Blogosfera não escapa a essa mudança.


Esta noite, fui surpreendido pelo aviso de um dos nossos, o Ron Groo, ter dito que tinha mudado de casa, saindo do nacional Blig para o mais internacionalmente aceite Blogspot. Espera-se que haja um período de transição, para se adaptar à casa nova, mas espera-se também que o estilo continue inalterável.


E só para terem uma ideia do seu estilo, eis o post dele (vindo do blog antigo) sobre o seu fascinio por Monza.


Ano passado, o GP da Itália foi disputado sob o signo da desconfiança devido a todo aquele imbróglio causado pela crise da espionagem. Ficou triste.


É - para mim - a corrida mais importante do campeonato. Comecei a acompanhar corridas de F1 exatamente em um GP da Itália no distante ano de 1983 – com direito a vitória e titulo de Nelson Piquet – e desde então cada corrida lá é como se a minha paixão pela categoria fizesse aniversário. Apenas Monza é palco de GP´s desde o inicio da F1, saindo apenas por um ano – 1980, para ser corrido em Imola – e já no ano seguinte voltando a ocupar seu lugar na história.


Cada curva do circuito é impregnada de uma mágica inexplicável. Toda sua velocidade, suas zebras características, suas variantes. Tudo lá diferente. Até o set up aerodinâmico dos carros costuma ser mudado apenas para esta corrida. E engana-se quem pensa que por ser um traçado relativamente simples, seja fácil correr lá.


Vale lembrar que o único piloto que poderia fazer frente a Juan Manuel Fangio, em sua época perdeu a vida em treinos particulares no circuito. Da reta de largada, passando pela Variante Retifflio; Gran Curve; Della Roggia; Di Lesmo; Del Serraglio; Variante Ascari até chegar a Curva Parabólica, que não tem nada igual em lugar nenhum do mundo, fechando assim à volta, Monza é puro fascínio.


É possível contar nos dedos os que lá ganharam e que não marcaram seus nomes mais profundamente na historia da F1, a saber, em 1958 Tony Brooks, pilotando um Vanwall; Em 1966 com um tal L. Scarfiotti, ao volante de um Ferrari 312 e em 1971, ano em que Peter Gethin guiando um BRM P160 levou a vitória. Fora estes três, todos os outros vencedores foram pilotos marcantes em seu tempo. E até mesmo estes, porque não já que é licito dizer que Monza separa homens de meninos. Mais que qualquer outra pista. Vencer lá equivale a um campeonato.


E, não havendo nenhuma surpresa de Fernando Alonso, ou zebras monstruosas de Coulthard e Barrichello, este ano teremos um novo nome escrito na galeria dos vitoriosos de Monza... Quais são as apostas? De minha parte digo que não tem muita importância, seja quem for: Massa, Kubica, Hamilton, Raikkonen, a vitória estará em boas mãos. E se cair no colo de Kova, Heidfeld ou qualquer outro será apenas mais um nome na pequena lista dos que lá ganharam e não foram importantes o suficiente na categoria, mas, que um dia puderam contar a seus descendentes que um dia venceram pilotando carros de F1 em Monza. Seu maior templo.


Seja bem-vindo a esta nova fase, Groo!

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