Depois de ontem a Proton ter dito que tinha os direitos sobre o nome Lotus, os associados de Tony Fernandes contra-atacaram ao insistir que tem os direitos sobre a marca "Team Lotus" e que vão provar isso em tribunal. O chefe executivo da Lotus, Riad Asmat, afirma que a equipa, através do Tune Group, adquiriu o nome "Team Lotus" do seu verdadeiro proprietário, David Hunt, e que ligação com o Grupo Lotus/Proton era apenas uma licença para correr como "Lotus Racing".
"Na semana passada nós trouxemos 'Team Lotus' de volta para a Formula 1 quando anunciamos que compramos a Team Lotus Empreendimentos de David Hunt, e iríamos correr como sucessora de um dos nomes ícones do automobilismo mundial. Este ano, nós nos estabelecemos como líderes das novas equipas da Formula 1 com uma licença do Grupo Lotus, e, mesmo que sonhássemos em trazer o Team Lotus de volta para onde pertence, nós não poderíamos fazer isso em 2010 porque os direitos eram de propriedade da Team Lotus Empreendimentos. Como o Tune Group comprou a Tem Lotus Empreendimentos, isso significa que agora podemos usar o nome Team Lotus a partir de 2011 em diante."
"Nós estamos todos muito satisfeitos de que podemos ir para 2011 com total confiança do que possuímos, e no que podemos levar para a pista", explicou o dirigente, em declarações captadas pelo site brasileiro Tazio.
O representante ainda afirmou que a licença que tinha do Grupo Lotus já não interessa mais, agora que possuem os direitos do nome original, desvalorizando as declarações da Proton, que afirmara anteriormente que o contrato tinha sido terminado.
"Correr com o nome Team Lotus em 2011 significa que nossa licença do Group Lotus está terminada. Na verdade, isso não tem nada a ver com a maneira como correremos em 2011, já que o proprietário do Team Lotus foi claramente definido há muitos anos. David [Hunt] foi abordado por diversas vezes para vender os direitos da Team Lotus Empreendimentos, incluindo uma oferta oficial da Proton/Group Lotus."
"De maneira estranha, o Group Lotus também tentou recentemente revogar o registro da marca Team Lotus numa audiência no Registro de Marcas, mas eles não foram bem sucedidos. Suspeito que as dúvidas de David sobre a oferta anterior feita por eles para comprar [os direitos] foram justificadas por esta ação.", concluiu.
A batalha continua, é certo. Durante quanto tempo, é o que se vai ver. Mas pelo que andei a ler hoje, cada vez mais me convenço de que isto tudo é uma batalha politica e de egos.O Joe Saward conta hoje no seu blog que quando Tony Fernandes pediu à Lotus para correr na Formula 1, estes convenceram-se de que tinham direito ao nome Lotus na Formula 1, esperando que eles conseguissem (ou ignorassem) os direitos ao nome Team Lotus. Em Julho tentaram, junto ao organismo de patentes britânico, impedir o uso do nome Team Lotus, mas não conseguiram. E nessa altura deveriam saber que Fernandes queria o nome, devido ao seu potencial junto dos fãs.
E agora, outro factor: a Lotus e a Proton vivem numa encruzilhada. A marca, que como já disse, pertence ao governo malaio, e pode estar à venda, significando também que a Lotus poderá mudar de mãos. Tony Fernandes poderá querer a Lotus para si, e não se importa de gastar muito dinheiro, pois só as receitas da Air Asia rondaram os 1200 milhões de euros em 2009...
Para além disso, a Proton não está a olhar com bons olhos a politica do suiço Dany Bahar, que está a jogar todos os trunfos no protótipo de um novo carro, que vai recuperar o nome de "Elite". Vai custar o equivalente a 180 mil libras, muito mais caro do que um Lotus normal, como o Elise, e muitos vêm nisto como um desvio do espírito da empresa, que sempre fez carros velozes e de baixo custo. Por exemplo, um Elise normal pode ser comprado a 35 mil euros, e a nova politica de Bahar em transformar a Lotus em mais um construtor de "supercarros", como a Ferrari, Porsche e num futuro próximo, McLaren, num mercado pequeno, mas saturado, pode fazer mais mal do que bem... O Elite, que vai ser apresentado no Salão de Paris, só começará a ser produzido em 2014, mas muitos dos que já viram as fotos do protótipo não ficaram impressionados.
Em suma: esta guerra de egos só danifica a imagem de todos. Da Lotus, da Proton e da Malásia. Tony Fernandes sabe que tem o tempo e a História do seu lado, basta mostrar os seus argumentos e apelar ao bom senso, esperando que a razão chegue a todos e que esta guerra termine em breve.
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