Um dos muitos pilotos da geração dos 500cc na Grã-Bretanha do pós-guerra e segundo piloto da Lotus em 1962 e 63, no ano em que Jim Clark conquistou o seu primeiro título mundial, Trevor Taylor morreu esta segunda-feira aos 73 anos, vitima de cancro.
Taylor é um dos poucos pilotos que se pode dizer que ganhou mais do que um título na Formula 3 britânica, o campeonato de maior prestigio no mundo, e que teve uma carreira longa, com quase 15 anos, conduzindo vários bólidos em competições como a Interseries, a Formula 5000, Formula 2, entre outros. Filho de um garagista, nasceu a 27 de Dezembro de 1936 em Roterham, nos arredores de Sheffield, e começou a sua carreira aos 19 anos num Triumph TR2. Pouco depois, rumou para os monolugares, num Cooper-JAP do ultra-competitivo mundo da Formula 3 britânica. Em 1958 comprou um Cooper-Norton e venceu dez corridas para ser o campeão da Formula 3 britânica.
Em 1959, rumou para a Formula 2, ao serviço da Ace Garage, da sua Rotherham natal, que tinha um Cooper, mas a temporada foi algo frustrante para o jovem Taylor, então com 22 anos. A primeira chance de correr na Formula 1 foi nesse ano, onde tentou qualificar-se para o GP da Grã-Bretanha, mas sem sucesso.
Contudo, os seus dotes para a condução foram suficientes para que Colin Chapman o convidasse para correr num dos seus carros na Formula 3, agora chamada de Formula Junior, e em 1960, com um dos seus chassis, venceu de novo a competição, tornando-se num dos poucos pilotos a conseguirem mais do que um título nessa categoria. No ano seguinte, 1961, tem a sua estreia no GP da Holanda, ao volante de um modelo 18, onde terminou na 13ª posição. Aos poucos, entrava na equipa principal, e no final desse ano, fez parte da equipa para um série de quatro corridas na Africa do Sul. Foi segundo em Kyalami e desistiu nas outras duas corridas.
Em 1962, Taylor é o segundo piloto da Lotus, ao lado de Clark, e os seus primeiros resultados são auspiciosos. É segundo classificado no GP da Holanda, corrida ganha por Graham Hill, no BRM, à frente de Jim Clark, que acabara no nono posto, a dez voltas do vencedor. Mas esse foi o único resultado relevante do ano. Teve um grande acidente na prova seguinte, em Spa-Francochamps, e os resultados seguintes não foram relevantes, ficando no final com os mesmos seis pontos conquistados em Zandvoort, enquanto que Clark acabava a temporada como vice-campeão. Em termos de provas não-oficiais, ele começou o ano a ganhar em Kilarney, na Cidade do Cabo, e no final do ano venceu o GP do México, bem como o GP de Rand, na Africa do Sul, para além de ter sido terceiro em Soltitude, na Alemanha, uma prova ganha pelo Porsche de Dan Gurney.
Isso fez com que ficasse na equipa principal em 1963, mas aos poucos, os acidentes e a pouca competitividade dos seus carros fez com que a sua confiança caisse gradualmente dentro da equipa. Num ano em que JIm Clark era o campeão do mundo, Trevor Taylor terminava a temporada com apenas um ponto, conquistado na primeira corrida oficial do ano, no Mónaco. No final do ano, foi substituido pelo seu compatriota Peter Arrundell.
Trevor Taylor passou assim para a BRP, onde ao lado de Innes Ireland, outro ex-piloto da Lotus, e com motores BRM, tentou fazer melhor figura na temporada de 1964. Contudo, os carros não eram os melhores do pelotão e no final do ano, Taylor não conseguiu mais do que um sexto lugar no GP dos Estados Unidos. No final do ano, a equipa era forçada a fechar as portas, pois os restantes construtores vetaram a sua entrada na associação, impedindo-a de receber o dinheiro das suas participações nas corridas, que compunham grande parte do orçamento.
A partir dali, foi para a Formula 2, para correr em Brabhams, ao mesmo tempo que ajudava a sua irmã Anita a montar a Aurora Gear Racing, e correr nos Turismos britânicos, onde conseguiu algum sucesso. Em 1966, faz uma última aparição na Formula 1, guiando o Shannon no GP da Grã-Bretanha, mas foi uma aventura de curta duração, abandonando de vez a Formula 1.
A sua carreira na Formula 1: 29 Grandes Prémios em seis temporadas, um pódio, oito pontos.
Após isto, foi correr pela Broadspeed, nos Turismos britânicos, e também nas Interseries. Venceu o Turist Trophy de 1967, ao volante de um Lola T70, e no final da década, mete-se na Formula 5000, uma competição nos mesmos moldes da Formula 1, mas com motores mais potentes. Andou por aí até 1972, algura em que pendurou o capacete de vez. Ars lunga, vita brevis.
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