Quando este fim de semana começou, todos olharam para o Céu. Não para admirar a Lua e as estrelas de Singapura, mas sim para ver se as nuvens não deitassem cá para baixo a necessária chuva a um horário pouco conveniente. Felizmente, e apesar das ameaças, tal acabou por não suceder.
As coisas começaram com Fernando Alonso a fechar a porta a Sebastien Vettel, e a corrida foi decidida ali. É certo que se costuma dizer que as corridas não se ganham à partida, mas muitas vezes se perderm, isso era dito numa era em que os motores se quebravam em todas as corridas. Hoje em dia, os regulamentos pedem para que resistam. Mais atrás, Nick Heidfeld partiu o bico e o Force India de Vitantonio Liuzzi abandonava, obrigando a que o Safety Car entrasse. E quando o fez... Mark Webber entrou na boxe, numa manobra surpreendente, mas brilhante, pois não perdeu muitos lugares e poderia ficar em pista quando os outros faziam a sua obrigatória paragem nas boxes. E pelo meio, não deixou de atacar e passar todos aqueles que via à frente.
Depois, a corrida caiu numa monotonia que nem as paragens dos primeiros o pareciam quebrar. Mas logo a seguir, é Kamui Kobayashi que nos tira dessa monotonia nocturna. Primeiro, toca em Michael Schumacher, e algumas curvas depois, os danos fizeram com que batesse no muro, ao pé da bancada existente na Marina Bay. Rodando nos habituais últimos lugares, o Hispania de Bruno Senna não o evitou e assim, a segunda aparição do Safety Car tornou-se inevitável.
Após a segunda relargada, Vettel tentou surpreender Alonso, mas não conseguiu. Mais atrás, o agressivo Hamilton tentou fazer a Webber aquilo que o alemão da Red Bull não conseguiu, e as coisas não correram bem. Forçou a ultrapassagem, e como o australiano não queria ceder, ambos tocaram-se inevitavelmente. Webber, para sua sorte, nada sofreu, mas Lewis Hamilton ficou com a suspensão danificada e acabou por desistir. Segunda prova consecutiva sem pontos e as suas hipóteses de título drasticamente reduzidas...
Até ao final vimos algumas coisas dignas de nota. A colisão - no mesmo local - de Schumacher a Heidfeld, curiosamente, dois dos regressados em 2010, e a inesperada paragem de Robert Kubica devido a um furo. Na sua corrida de recuperação conseguiu facilmente ultrapassar os seus adversários e chegar ao fim num digno sétimo posto, atrás de Rubens Barrichello, é certo, mas continua a ser um piloto regular numa Renault em temporada de reabilitação.
Quando a bandeira de xadrez foi mostrada, Vettel não conseguiu alcançar o objectivo de passar Alonso e este, bem no limite das duas horas, conseguiu a sua segunda vitória consecutiva. O piloto das Asturias aguentou as pressões dos adversários, dos muros, dos retardatários que nem sempre o vêm nos seus espelhos, etc. É mais do que um vencedor: ao conseguir 50 pontos em duas corridas, é um piloto em alta e agora é o candidato numero um ao título mundial. Mas o espanhol sabe que está a aproveitar bem uma boa onda, pois o motor e os restantes componentes do seu carro ainda colaboraram. Mas há um limite, e o campeonato ainda está longe do fim, e ao contrário dos outros, as suas chances são bem menos reduzidas do que os outros.
Mas depois da corrida, a classificação foi mudada. Adrian Sutil, o oitavo a cortar a meta, e Nico Hulkenberg, o nono, foram penalizados pelos comissários de pista em vinte segundos. O primeiro porque ultrapassou por fora da pista na Curva sete, enquanto que o alemão da Williams foi pelo mesmo motivo, depois de um protesto vindo da Force India. Sabendo que a lei é dura, mas é a lei, a sensação que fico no final é que estas penalizações por denuncia fazem-me pensar se não estamos a ser contaminados pelo futebol. E com isto, Felipe Massa ganhou mais duas posições na secretaria...
No final disto tudo, os cinco candidatos ao título ainda continuam lá. Jenson Button está a 25 pontos de Mark Webber, que é o lider, e mesmo que Lewis Hamilton esteja a deitar pontos fora, parece que se pode dar a esse luxo, porque não se descola dos outros quatro candidatos. Em suma, tudo se decidirá em Abu Dhabi, daqui a quatro... ou três corridas, dependendo da aprovação - ou não - do GP da Coreia.
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