Sebastião é o nome do momento, onde quer que olhemos para o panorama automobilístico internacional. Seja ele nos ralis, na Formula 1 ou até nas Américas. Quase até temos vontade de dar esse nome aos nossos filhos, se queremos que qualquer dia estes se vinguem nesse mundo. E basta meter o apelido - Löeb, Vettel e em menor escala, Buemi e Bourdais - que sabemos qual é o seu palmarés e os seus feitos automobilísticos.
Hoje falo de Sebastien Löeb, que deu uma entrevista ao sitio oficial do WRC, falando sobre as noticias sobre uma possivel mudança da Citroen para a Volkswagen, que se prepara para entrar em grande no mundo dos ralis em 2012, em principio com o modelo Polo. "Poderia realmente provar alguma coisa, mas a verdade é que de momento não quero mudar. Sempre tiver um bom carro na Citroen e se quero continuar a vencer, não vejo razões para mudar. Ganhei tudo com a Citroen e agora talvez seja um pouco tarde para um novo desafio. Não tenho a certeza se provaria alguma coisa a determinadas pessoas vencer com a VW, mas o que estou certo é que, eu, nada tenho a provar a ninguém.", referiu.
Sebastien Löeb tem 37 anos e sete títulos mundiais consecutivos no Mundial de Ralis. Já disse que pensa em mudar de ares no final de 2011, provavelmente com um oitavo título mundial na mão. Tem experiências na Le Mans Series, já testou carros de Formula 1 e GP2, e aparentemente, ele quer ver o que é capaz noutras paragens. Se calhar esse desafio é mais interessante do que guiar em classificativas noutro carro.
Claro, algumas pessoas não entendem isso, e aproveitam para o atacar nos fóruns de automobilismo. Um bom exemplo, se quiserem, é o Fórum do Autosport português. Se tiverem tempo e estofo para perder e forem ler as "reações", podem ler os que afirmam que Sebastien Löeb é "cobarde" e "comodista" ao não aceitar fazer como Valentino Rossi ou Michael Schumacher, mandar às malvas a fidelidade a um projeto, aceitar uma pasta cheia de euros e vencer numa outra marca. Para eles, se vencesse os ralis com um Ford, Mini, Skoda, Hyundai ou um LingChing chinoca, dando sete minutos de avanço nas primeiras duas classificativas, será o maior de todos os tempos, e como ele é só homem da Citroen, é menor. Francamente, é por isso que deixei de comentar nos fóruns: há demasiados pilotos de "plystation" para o meu gosto, só garganta e nenhuns tomates.
As pessoas que menorizam um piloto só porque ele só quer correr nesta equipa e não em outras, desejariam que ele cuspisse no prato que comeu, pois foram eles que lhe deram a oportunidade de ter a carreira que tem. Löeb não é um menino rico da Alsácia, trabalhou como mecânico e corria aos fins de semana até que alguém reparou no seu talento e o recomendou à Citroen. E esta sempre lhe ajudou desde o inicio e sempre o trataram bem.
Então, para quê virar as costas? Por algum motivo egoísta? Para ganhar uma mala cheia de dinheiro e não conseguir resultados, como aconteceram a muitos outros antes dele? Porque é que elogiam Valentino Rossi, que troca de montada de dois em dois anos e assobiam Löeb, só porque é fiel à Citroen desde o inicio da sua carreira? Mais uma vez, fico com ideia de que as pessoas que o criticam são aqueles que não fazem ideia do que falam, e não tem - ou não lhes convêm ter - memória.
E já agora, deverão começar a habituar a esta cena. Muito provavelmente, outro Sebastião, o Vettel, poderá achar que a melhor carreira que poderá ter será ao serviço da Red Bull. E enquanto a equipa for ganhadora e ele for bem tratado, muito provavelmente não ligará muito à McLaren, Ferrari ou Mercedes. E a mesma coisa, talvez, deverá pensar Lewis Hamilton.
Em suma, deixem Lïoeb em paz com as suas escolhas. Ele é dono do seu nariz e saberá o que fazer com o seu destino. Se ele quer ir embora no final do ano, se quiser ter uma carreira só ao serviço da Citroen, que o tenha. Nâo vão ser os outros a julgar, será o tempo, o maior sábio de todos. E como diz Fidel Castro, "a História o absolverá".
Sem comentários:
Enviar um comentário