É o que dá escolher os teus amigos: mesmo estando onde estou e não saber nada sobre a competição em si, soube do acidente quase de imediato, via Twitter por volta das seis da tarde por estas bandas. E mesmo ali, notei a gravidade da mesma. O fato das pessoas me terem dito que ele tinha sido reanimado quase de imediato devido a uma paragem cardíaca, fez-me desejar que o pior não acontecesse. Mas infelizmente não aconteceu: o piloto em causa, Gustavo Sondermann, foi transportado para o hospital e os médicos declararam esta noite a sua morte cerebral. Tinha 29 anos.
Sempre nos disseram que o automobilismo é perigoso. Conheço suficientemente bem a sua história para poder dizer que se fez imensa coisa para a melhorar, e tenho de agradecer a personagens como Jackie Stewart, que lutou muito para que os carros e os circuitos fossem seguros para todos: pilotos, comissários e espectadores. E ainda bem: há quase 17 anos que não há um acidente fatal na Formula 1, por exemplo. E queremos que isto continue assim.
Mas também sei que o risco de morte não está eliminado a cem por cento, quer na Formula 1, quer noutras categorias. Existem coisas das quais não conseguimos controlar. O exemplo de Felipe Massa, no GP da Hungria de 2009, pode ser usado, mas tudo que pode ser feito, deve ser feito. É por isso que nos últimos anos tivemos a introdução de coisas como o sistema HANS, que impede que os pilotos sofram fraturas na base do crânio, normalmente fatais, como aconteceu a Dale Earnhardt Sr. em 2001.
Mais do que partir para caças às bruxas, como inevitavelmente acontecerá, porque as pessoas se lembram do passado, as pessoas devem consciencializar-se acima de tudo que nunca existirá um desporto cem por cento seguro. Que o risco de morte nunca será eliminado, nem no automobilismo, nem do desporto em geral. Até no futebol morrem jogadores, e não vamos impedir que se jogue futebol. O que se pode fazer é melhorar aquilo que pode ser melhorado, sem apontar o dedo a A ou B, ou estragar o espectaculo.
Acidentes irão acontecer, infelizmente. Espera-se que a tecnologia e o treino sejam suficientes para não morra mais ninguém.
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