Foi muito interessante ver a qualificação malaia, e a maneira como esta foi resolvida. Se o resultado final pode ser visto como um pouco mais do mesmo, pode-se dizer que Sebastien Vettel só pode comemorar a sua segunda pole do ano depois de bater no último segundo o McLaren de Lewis Hamilton, sinal de que o equilíbrio entre estas duas equipas existe.
E o que salvou o dia nos lados da equipa de Salzburgo foi o KERS, como o próprio Vettel reconheceu após a qualificação: "Tenho de dar os parabéns à equipa por terem conseguido colocar o KERS a funcionar na perfeição. Da última vez fomos criticados por não o utilizarmos e chegámos aqui e resolvemos a maior parte dos problemas e penso que não teríamos conseguido a pole se não o tivéssemos. É um grande feito, por isso cumprimentos aos rapazes", afirmou.
Mas há mais que se lhe diga do que a primeira fila da grelha de partida. Se os dois primeiros pilotos de Red Bull e McLaren ficaram com ela, a segunda foi destinada aos seus "segundos pilotos", na mesma ordem: Mark Webber foi superior a Jenson Button. Mas foi também disputado.
A grelha malaia demonstrou o que pode ser conseiderado como um segundo grupo na Formula 1, que anda atrás da dupla Red Bull/McLaren: a dupla Ferrari/Renault. Pode ser uma grande noticia para a equipa de Enstone, um bom cartão de visita para Eric Boullier e uma segunda vida para Nick Heidfeld e Vitaly Petrov, os sexto e oitavo lugares na grelha de partida. Para além da entrada dos dois na Q3, o resultado demonstra que mesmo com os problemas de bastidores, a falta de dinheiro e do pagamento dos patrocinadores vindos da Lotus, em termos de pista, as coisas são melhores.
E claro, para a Ferrari, isto pode ser visto como uma derrota. O fato de não terem agora carro para apanhar os Red Bull e os McLaren e lutarem com a Renault pela "medalha de bronze" nos construtores não augura nada de bom para os lados de Maranello. É caso para perguntar: e se amanhã Vitaly Petrov ficar à frente de Fernando Alonso? Apesar do espanhol partir do quinto lugar e o russo do oitavo, sabe-se lá como irão acabar a corrida...
Na Mercedes, mais uma vez, esta é derrotada pelas quatro equipas anteriormente referidas. Nico Rosberg pode ter salvo o dia quando colocou o seu carro no nono lugar, mas Michael Schumacher continua a acusar o peso dos seus 42 anos ao ser 11º na grelha e a falhar em consequência a Q3.
Ficar atrás de Rosberg Jr começa a ser habitual, e claro pode não ter mais a velocidade de ponta nos seus tempos áureos. Se chover no Domingo, pode ser que o velhote dê um ar da sua graça, mas ver a equipa de Estugarda a ser batida em toda a linha por Renault, Ferrari, Red Bull e a McLaren, poderá ser mais um sinal de que as construtoras não sabem muito bem o que fazem pela categoria máxima do automobilismo. Se serve de consolo, pode-se dizer que Schumacher ficou à frente dos jovens Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, os rapazes da Toro Rosso que se querem livrar um do outro para não serem substituídos pelo Daniel Ricciardo e entrarem no esquecimento da história...
Na cauda do pelotão, podem-se dar boas noticias: primeiro, os Hispania entraram dentro dos 107 por cento e irão participar na corrida. Já não é mau de todo, para um carro que rodou pouco. A segunda boa noticia é saber que eles se aproximaram bastante da Virgin, especialmente o de Jerôme D'Ambrosio. A terceira boa noticia é que a Lotus por fim demonstrou o seu potencial e afastou-se totalmente dos carros de Carabante e da Virgin, aproximando-se bastante da Q2. Ficaram a meio segundo de Pastor Maldonado, na sua Williams, e provavelmente este poderá ser um sinal de que mais para diante no campeonato, conseguirão passar em circunstâncias normais para a Q2, batalhando contra Williams, Force India e Toro Rosso, que é isso que se deseja pelos lados de Norfolk. E uns pontos, claro...
Amanhã é dia de corrida, e a chuva é uma possibilidade. Se acontecer, será uma lotaria?
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