segunda-feira, 19 de setembro de 2011

GP Memória - Canadá 1971

Duas semanas depois do emocionante final de corrida em Monza, a Formula 1 tinha atravessado o Atlântico e estava no circuito canadiano de Mosport para disputar a penultima prova do Mundial de Formula 1 daquele ano. Já se sabia que não iria haver o Grande Prémio do México devido às insistentes criticas dos pilotos sobre o comportamento do público e o desinteresse dos organizadores após a morte de Pedro Rodriguez, em julho. A data dessa corrida, 24 de outubro, iria ser preenchida com uma corrida de comemoração do título de Stewart em Brands Hatch.

A Ferrari voltava a ter três carros inscritos, com a inclusão de Mário Andretti, enquanto que a McLaren voltava a ter Dennis Hulme a bordo, assistindo também o carro de Mark Donohue, que substituia Jackie Oliver. Contudo, o piloto americano - que fazia aqui a sua estreia na Formula 1 - corria cores do seu patrocinador, Roger Penske. Havia também as inscrições loacis de Skip Barber, num March, Chris Craft, num Brabham da Evergreen Racing, e Pete Lovely, num já datado Lotus.No paddock, havia muitas novidades. Jean-Pierre Beltoise estava de volta à Matra, depois de um período de suspensão por parte da FIA após o acidente mortal de Ignazio Giunti nos 1000 km de Buenos Aires, no inicio do ano, enquanto que a BRM tinha-se alargado para cinco carros oficiais, com mais um bólido para o canadiano George Eaton, que se juntava a Jo Siffert, Peter Gethin, Helmut Marko e Hownden Ganley.

No final das duas sessões de qualificação, Jackie Stewart, que já era campeão do mundo, fez a "pole-position", tendo a seu lado o BRM de Jo Siffert. o comapnheiro de Stewart, Francois Cevért, era o terceiro, seguido pelo Lotus-Ford de Emerson Fittipaldi. Chris Amon era quinto no seu Matra, seguido March do sueco Ronnie Peterson. O segundo Lotus de Reine Wissell era o sétimo, seguido pelo McLaren de Donohue, que causara boa impressão. Hownden Ganley, no segundo BRM, era o nono a largar, e a fechar o "top ten" estava o McLaren oficial de Dennis Hulme.

A Ferrari estava na mó de baixo nesta grelha canadiana: Ickx era apenas 12º, Andretti o 13º e Regazzoni o 18º a largar. Quanto a Peter Gethin, o vencedor de Monza, largava apenas da 16ª posição.

No dia da corrida, o horário da largada tinha sido atrasado devido a um acidente fatal numa das corridas de Formula Ford local. Quando por fim tudo estava pronto para começar o Grande Prémio, o tempo estava horrivel, com a forte chuva a alagar o circuito de Mosport. E logo na volta de aquecimento, começava a haver vítimas: o BRM de Howden Ganley despistava-se e o australiano ficava afastado da prova.

Quando foi dada a largada, Stewart ficou na frente, seguido de Peterson, Beltoise, Donohue, Fittipaldi e Cevért. As condições continuavam difíceis e faziam vítimas: na segunda volta, Graham Hill despistava-se e na sétima era a vez de Clay Regazzoni, que teve sorte ao sair do seu carro antes deste pegar fogo. Atrás de Stewart, Peterson e Beltoise lutavam pela segunda posição até à 16ª volta, altura em que o francês da Matra teve um acidente.

Quando isso aconteceu, já Peterson estava em cima de Stewart, disposto a passá-lo, o que aconteceu na volta 18. O sueco estava mais uma vez na liderança, mas não conseguia livrar-se do escocês, e a luta continuou até à 31ª volta, quando passavam pilotos atrasados, o escocês consegue voltar ao comando. Peterson reage, mas por azar, toca num dos pilotos atrasados, o canadiano George Eaton. Essa colisão faz desequilibrar o seu March e aos poucos, atrasa-se perante Stewart, que cada vez mais se vê sozinho na liderança.

Com este incidente, praticamente se decide o vencedor da corrida. Mas esta, que deveria ter 74 voltas, acaba por ser interrompida na volta 64, devido às más condições do tempo. Stewart, aliviado, é o vencedor, seguido de outro piloto aliviado, Ronnie Peterson. O pódio fica completo com Mark Donohue, que consegue um surpreendente terceiro posto na sua estreia. Nos restantes lugares pontuáveis ficam o segundo McLaren de Dennis Hulme, o Lotus de Reine Wissell e o segundo Tyrrell de Francois Cevért.

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