sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O regresso da Playboy portuguesa e o panorama das revistas

Soube ontem, através dos jornais, que a Playboy Portugal irá regressar em abril, com capa de maio. Aparentemente, quem vai pegar no "franchise" será uma editora totalmente nova, a Media Page, baseada numa distribuidora de filmes e conteúdos televisivos. Segundo a Meios e Publicidade, o seu diretor, Marco Reis, não quer tratar as mulheres como "objeto sexual".

A nova revista Playboy não terá nada a ver com a anterior edição portuguesa. Não nos compete entrar em nenhum tipo de comparação mas seguramente o leitor irá notar uma enorme diferença”, assegura o responsável. “Teremos uma linha gráfica e editorial completamente distinta, sessões fotográficas mais suaves e cuidadas e a aposta será muito forte em conteúdos editoriais de referência em campos clássicos do título, como as entrevistas ou a ficção”, afirmou. Segundo ele, a tiragem média andará pelos 50 mil exemplares, mas para a primeira edição, serão feitas 80 mil.

Esta noticia surge quase como que uma "cereja em cima do bolo", pois num espaço de poucos meses, esse mercado está a viver um revivalismo. A Maxim voltou em janeiro, a GQ está de uma certa forma a reavivar-se e a Penthouse continua ali, solitária, quase. Das seis que havia em 2009 - falta a Men's Health -, reduziu-se para quatro, devido ao caso da anterior editora da Playboy e o final da FHM e da Maxmen - que foi o nome português da Maxim. Entretanto, surgiu a Penthouse, que lá continua, firme e forte.

E quanto à pergunta sobre uma possivel saturação do mercado em relação a tantos títulos, quer o diretor, quer o responsável pela área comercial afirmam que há espaço: “A Playboy é uma das cinco marcas mais conhecidas do mundo e o maior título no segmento das revistas masculinas. O desafio é posicioná-la em Portugal no seu espaço natural. Havendo qualidade e consistência, seguramente haverá leitores”, concretiza. 

Parece-me estranho ver a entrada de tantas revistas assim, num país em crise. Mesmo em termos de automobilismo, com o reavivar do Volante e do Autosport, bem como a chegada da Top Gear, vai dar ao mercado das revistas uma profusão de títulos do qual me perguntos se existirão espaço para todos eles. Todos encontrarão o seu nicho? E depois, será que haverá pessoal que gaste 3.5 euros por uma GQ, 3.95 por uma Maxim ou Playboy, outro tanto por uma Top Gear - que em 60 por cento ainda é uma cópia da versão inglesa - ou 5 euros por uma Penthouse? Não sei. Eu até posso comprar duas revistas, uma de mulheres e outra de carros, e a conta ficará sempre a rondar os oito euros. Em certos sítios, é o preço de um jantar.

Quanto ao gosto... é algo do qual não deve discutir. As senhoras conhecias não vão para a Penthouse, embora os homens exigam que a Playboy tenha a postura da primeira. Querem a famosa em "full frontal", mas claro, as famosas fogem disso como o "Diabo na Cruz". Querem-se mostrar nuas, mas não tanto. Isso é outra história, que começará a ser contada a partir da Primavera. Veremos é se o mercado aguentará tanta revista nas bancas. 

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